A República de São Tomé e Príncipe será o próximo Estado-membro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) que deve dirigir os destinos da organização, assumindo a presidência após dois anos de mandatos de Angola, de acordo com responsáveis diplomáticos citados pela Lusa.
A decisão surge de um encontro de chefes da diplomacia da CPLP em que fica assente a estratégia de que São Tomé e Príncipe assuma a presidência entre 2023 e 2025, uma proposta avançada pela República da Guiné-Bissau – que também se tinha mostrado interessada em assumir a presidência – e que já mereceu o parecer positivo de vários Estados-membros.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, é das individualidades que se manifestou a favor da decisão, ao considerar ser uma “boa notícia” o “acordo” que se na passada Sexta-feira, 24, em Nova Iorque, definiu São Tomé e Príncipe como o próximo líder da da organização comunitária da lusofonia.
“Não só não houve nenhuma disputa, como houve este gesto de enorme significado que foi ser a Guiné-Bissau a propor a solução que validámos”, sublinhou o governante português.
Por sua vez, o secretário-executivo da organização, Zacarias da Costa, avançou que o presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, também já se mostrou a favor da nova estratégia da comunidade. Zacarias sublinhou mesmo que “o presidente Sissoco deixou uma mensagem clara, através da ministra dos Negócios Estrangeiros, Suzi Barbosa, de que veriam com bons olhos que São Tomé assumisse a presidência e depois, então, seria Guiné-Bissau”.
Ambos os países, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, tinham mostrado o seu interesse em estar à frente da CPLP, depois da actual presidência de Angola, que termina em 2023.
Na cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, realizada em Julho em Luanda, a decisão sobre a próxima presidência da CPLP foi adiada, com o argumento de que estavam em curso eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe.