50 anos de Independência: Líderes religiosos apelam à reconciliação e justiça social em Angola 

Os líderes religiosos apelaram à reconciliação, justiça social e renovação moral e espiritual da nação durante o culto ecuménico alusivo aos 50 anos da Independência de Angola. O evento, realizado neste Sábado, no Estádio 11 de Novembro, em Luanda, foi assistido pelo Presidente da República, João Lourenço, e a Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, altas entidades…
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Presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, Dom José Manuel Imbamba, sublinhou que a reconciliação e o retorno às propriedades simbolizam liberdade, justiça, convivência pacífica e solidariedade.
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Os líderes religiosos apelaram à reconciliação, justiça social e renovação moral e espiritual da nação durante o culto ecuménico alusivo aos 50 anos da Independência de Angola.

O evento, realizado neste Sábado, no Estádio 11 de Novembro, em Luanda, foi assistido pelo Presidente da República, João Lourenço, e a Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, altas entidades do país e fiéis de diversas denominações, sob o lema “Culto Ecuménico — Angola 50 anos de Independência Nacional, em Cristo Jubilai”.

O casal presidencial recebeu uma Bíblia Sagrada, entregue pelo arcebispo do Huambo, Dom Zeferino Zeca Martins, como símbolo de bênção e gratidão.

O evento contou ainda com a presença da Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, membros do Executivo, corpo diplomático, autoridades tradicionais e representantes da sociedade civil.

No momento da homilia, o Presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, Dom José Manuel Imbamba, sublinhou que a reconciliação e o retorno às propriedades simbolizam liberdade, justiça, convivência pacífica e solidariedade.

“A paz duradoura assenta no perdão sincero e na justiça social”, afirmou, acrescentando que “o perdão não é esquecimento, mas a coragem de olhar para o futuro”.

O Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA), representado pelo Reverendo Vladimir Agostinho, disse que a independência deve ser entendida como um processo contínuo de libertação integral, traduzido em políticas públicas justas, distribuição equitativa de recursos e valorização das diversas identidades culturais e linguísticas.

“Hoje, celebramos 50 anos de Independência e reconhecemos as feridas ainda abertas da nossa história, que exigem memória, perdão e liberdade”, afirmou.

O bispo da Igreja Metodista Unida, Gaspar Domingos, apelou à reconciliação nacional, à justiça social e à solidariedade entre os angolanos, lembrando que a liberdade conquistada em 1975 é uma herança que deve ser defendida todos os dias.

“O sacrifício de muitos que deram as suas vidas no campo de batalha recorda-nos que a liberdade não é um presente, mas uma conquista que deve ser defendida todos os dias”, afirmou.

Na sua intervenção, o líder religioso disse ainda que a celebração do jubileu da independência é mais do que uma recordação histórica — é um testemunho da resistência, da coragem e da determinação de um povo que se levantou contra a opressão.

Em representação do Executivo, o ministro da Cultura, Filipe Zau, destacou o papel das igrejas na promoção da paz, da unidade nacional e dos valores éticos, sublinhando que o culto ecuménico simboliza a unidade na diversidade e que o Estado conta com as igrejas como parceiras na promoção de valores morais, cívicos e patrióticos.

A bispa Filomena Teta, da Igreja Anglicana, conduziu a oração final, assumiu com os fiéis o compromisso de continuar a trabalhar com os órgãos da sociedade civil pelo bem-estar do país.

O culto ecuménico, segundo uma nota do CIPRA, foi encerrado com louvores, num ambiente de fé, reconciliação e esperança.

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