Oposição moçambicana boicota atribuição de chave de Maputo ao PR da Guiné-Bissau

O Conselho Municipal de Maputo atribuiu esta Segunda-feira a chave da cidade ao Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, em cerimónia boicotada pela oposição moçambicana, que considera que o chefe de Estado guineense “não é um bom exemplo”. A cerimónia contou apenas com os membros da assembleia municipal da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo),…
ebenhack/AP
Presidente do MDM, Lutero Simango, diz que o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, “não é um bom exemplo a seguir”, contestando a sua recepção na Assembleia da República.
Líderes

O Conselho Municipal de Maputo atribuiu esta Segunda-feira a chave da cidade ao Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, em cerimónia boicotada pela oposição moçambicana, que considera que o chefe de Estado guineense “não é um bom exemplo”.

A cerimónia contou apenas com os membros da assembleia municipal da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, tendo sido boicotada pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, e pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido.

Justificando a atribuição da Chave da Cidade de Maputo, o presidente do Conselho Municipal, Razaque Manhique, disse que a distinção “simboliza o reconhecimento pela especial amizade que [o chefe de Estado da Guiné-Bissau] sempre manifestou em relação a Moçambique e ao seu povo e, em particular, à cidade”.

Manhique afirmou que o percurso político de Umaro Sissoco Embaló não deixa dúvida do seu empenho na luta pela construção de uma Guiné-Bissau livre da pobreza.

Umaro Sissoco Embaló agradeceu a distinção, elogiando a “vitalidade” democrática da autarquia de Maputo.

“O Conselho Municipal de Maputo, legitimado directamente pelo voto dos cidadãos, é um exemplo de vitalidade da democracia moçambicana, é dessa vitalidade democrática que decorre a responsabilidade pelo desenvolvimento do projecto autárquico de servir Maputo e o bem-estar dos cidadãos da cidade capital de Moçambique”, afirmou Embaló, num breve discurso.

O presidente do MDM, Lutero Simango, disse que o Presidente da Guiné-Bissau “não é um bom exemplo a seguir”, contestando a sua recepção na Assembleia da República.

“Nós não nos podemos associar com um Estado que impede o funcionamento de um parlamento. Não podemos participar na receção de um Presidente da República que impede a existência de um parlamento. Quando num país não existe um parlamento, então esse país não se pode classificar como democrático, muito menos um país multipartidário que defende um Estado de Direito”, afirmou Lutero Simango, em conferencia de imprensa, citado pela Lusa.

Mais Artigos