A falar em exclusivo a FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, o Presidente da Comissão Executiva, António Henriques disse que a Aliança Seguros tem estado a trabalhar no sentido de adaptar os pacotes de seguros a vida das pessoas. “Uma realidade que não é só nossa (Aliança Seguros)”, disse, justificando com a modalidade de pagamentos trimestral e até mensal.
António Henriques da Silva disse ainda que a seguradora que dirige tem estado a acompanhar os esforços do regulador Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), no sentido de tornar real o seguro agricola em Angola.
“Estamos alinhados com a questão do seguro agrícola. Já temos inclusive um pacote mais ou menos preparado”, disse em exclusivo a FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, tendo, no entanto, garantido que “há aspectos técnicos que têm de ser alinhados”.
“Há também a questão das complexidades especificas desse seguro. Se calhar temos de pensar num co-financiamento do seguro, talvez pelo Estado”, disse, finalizando a sua posição dizendo estar à espera das ideias que vão sair dos trabalhos entre IFC e a ARSEG, “que têm estado a trabalhar nisso há algum tempo”.
Questionado sobre a apresentação tardia por parte da Aliança Seguros, do relatório e contas, o presidente da Comissão Executiva não fugiu a questão e explicou a FORBES que apresentação tardia do relatório e contas do ano de 2023, deveu-se a trabalhos de adaptação às novas exigências do regulador. Tendo explicado que a apresentação fora do tempo regulamentado foi feita com anuência do regulador ARSEG.
“Um mercado com muito potencial”
Chamado a olhar de forma mais global para o mercado dos seguros em Angola, o gestor com mais de 20 anos de estrada no sector, apontou para um mercado com muito potencial, mas que precisa de muito trabalho conjunto por parte das operadoras. “só assim mudamos a realidade de ter a taxa de penetração dos seguros mais baixa da região”.
O gestor que fala de uma fase do país em que o seguro não é a prioridade das famílias e das pessoas e orgulha-se de ter uma força de trabalho composta por 99% de angolanos, num universo de 50 trabalhadores, entende que a entidade que dirige não tem capacidade financeira para pensar em querer comprar a ENSA, quando esta for posta no mercado para privatização.
Com uma carteira muito dominada pelos seguros de saúde, a seguradora Aliança facturou 18 mil milhões em prémios emitidos, sendo que o segmento “saúde” foi mesmo o que mais receitas colocou nos cofres da seguradora, com uma relevância de 34%. Mas nem estes números demovem o gestor, que em exclusivo à FORBES disse que “a saúde não é carro-forte, mas é o de mais procura”.