O número de escolas de ensino técnico-profissional em Angola cresceu 40% nos últimos cinco anos, passando de 320 para 507 instituições. No entanto, o secretário de Estado para o Ensino Secundário, Gildo Matias José, destacou que ainda há desafios significativos, particularmente na garantia de estágios para os estudantes.
Durante uma acção promovida pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, o secretário de Estado apresentou dados sobre o desenvolvimento do ensino técnico-profissional em Angola. Entre 2018 e 2024, o número de docentes recrutados aumentou para 45 mil, e a quantidade de alunos matriculados cresceu cerca de 50%, passando de mais de 256 mil em 2019 para mais de 522 mil em 2024.
Para o ano letivo de 2024/2025, Angola disponibiliza 55.902 vagas, distribuídas por 128 cursos e 601 instituições, que incluem escolas públicas, público-privadas e privadas em todo o país. Apesar do crescimento na oferta de infraestruturas e cursos, Gildo Matias José enfatizou a necessidade de formação nas áreas de serviços, indústrias, agricultura e ciências da saúde.
O secretário de Estado também destacou a cooperação com Portugal, que se dá em duas frentes: a formação e gestão do pessoal docente e o apoio às escolas no ramo da hotelaria e turismo. A colaboração inclui a terceira edição de mestrados e metodologias de ensino, bem como a primeira edição do doutoramento em metodologias de ensino. “O país está determinado a relançar e fazer do turismo uma fonte robusta de promoção de riqueza”, sublinhou Gildo Matias José.
Segundo a Lusa, adicionalmente, está em implementação o terceiro ciclo do Programa Saber Mais, que visa apoiar as escolas de nível médio na formação de professores, com actividades previstas para as províncias de Luanda e do Bié.
No sector das ciências da saúde, está em fase final uma avaliação da oferta formativa, onde foram identificadas insuficiências. Apesar das melhorias em infraestrutura e cursos, o secretário de Estado reconheceu desafios relacionados com o ajustamento da oferta e o financiamento público, além da dificuldade em garantir estágios profissionais devido à necessidade de uma articulação mais estreita com o setor empresarial.
