No seu regresso ao país, o líder do Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15), Braima Camará, pediu esta Terça-feira, 13, perdão ao povo guineense pelo actual cenário socio-económico que a Guiné-Bissau vive e disse estar decepcionado com o Presidente da República.
“Nunca imaginei que estaria a apoiar um regime que nos fizesse viver de forma tão oprimida e ditatorial como hoje. Não foi isto que o Sissoco me prometeu fazer do nosso país”, disse Braima Camará, sublinhando que o único problema que tem com o Presidente da República é de natureza política.
Após quatro meses em Portugal, onde disse que “estava a cuidar da sua mãe doente”, o líder do MADEM-G15 teria previsto uma recepção calorosa no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, onde a imprensa terá sido impedida pelas forças policiais de desenvolver o seu trabalho.
O regresso de Camará foi marcado com alguns incidentes: além da empresa se ver privada de desenvolver o seu trabalho, duas pessoas que integravam a comitiva do líder foram detidas no aeroporto, quando se dirigiam para as suas viaturas, sem motivo aparente, sendo libertadas horas depois.
Já na sede nacional do partido, ladeado pelo secretário nacional, Abel da Silva, vice-coordenador, Fidelis Forbs, líder parlamentar, Abdu Mané, e membro do conselho nacional do partido, Dara Fonseca, entre outros, Braima Camará abordou vários assuntos da vida do partido e da actual situação socio-política do país, enfatizando como pivot “de todo esta confusão instalada” na Guiné-Bissau ao Presidente Umaro Sissoco Embaló, “por este pretender o apoio do MADEM-G15, segunda maior força política, sem passar pelos trâmites legais”.
“O Camarada Sissoco quer que eu Braima declare que o mesmo seja o candidato MADEM-G15 sem passar pelas primárias, coisa que nem morto farei. Se quiserem, podem me matar, mas estou aqui para respeitar e fazer respeitar os estatutos do partido”, afirmou.
O Secretariado Nacional do MADEM-G15 convocou a reunião da Comissão Política do partido para Sexta-feira, 16, na sede nacional. Uma vez que existe vontade de se realizar um congresso extraordinário, Camará dispõe-se a ser o “candidato número 1” de um congresso organizado dentro dos estatutos legais do partido.
