A taxa de pobreza absoluta em Cabo Verde registou uma redução significativa, passando de 35,5% em 2015 para 24,75% em 2023, uma diminuição de 10,75 pontos percentuais em oito anos. A informação foi divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no âmbito da Estimativa de Pobreza para 2023.
No que diz respeito à pobreza extrema, os dados são igualmente encorajadores, tendo este indicador sido reduzido pela metade, de 4,56% em 2015 para 2,28% em 2023, utilizando os limites internacionais de 2,15 dólares por dia e por pessoa. O Governo de Cabo Verde distribuiu-se como meta a erradicação da pobreza extrema até 2026.
O INE também destacou desigualdades entre as zonas rurais e urbanas. Nas áreas urbanas, a pobreza caiu de 28,08% em 2015 para 21,31% em 2023, enquanto nas zonas rurais a diminuição foi ainda mais acentuada, de 48,87% para 35,23% no mesmo período. A pobreza extrema nas áreas urbanas foi de 1,4% em 2023, comparativamente a 4,97% nas áreas rurais.
Apesar do progresso no arquipélago, as zonas rurais continuam a ser as mais afetadas pela pobreza. As estimativas do INE são baseadas na metodologia SWIFT, desenvolvida pelo Banco Mundial, que analisa dados de inquéritos às despesas familiares (IDRF) de 2015 e 2023, permitindo uma avaliação mais precisa das taxas de pobreza.
Para esta análise, o INE utilizou diferentes linhas de pobreza, estabelecendo uma linha de pobreza absoluta de 95.908 escudos (868 euros) para áreas urbanas e de 82.602 escudos (747 euros) para o mundo rural. A pobreza absoluta é definida como a falta de recursos suficientes para satisfazer necessidades básicas, enquanto a pobreza relativa refere-se a quem tem menos recursos em comparação com outros dentro da mesma sociedade.
