Depois da liquidação física e financeira de 30% das suas acções alienadas por Oferta Pública de Venda (OPV), a ENSA tornou-se, na última Quarta-feira, 30 de Outubro, na terceira empresa a ser admitida no Mercado de Acções da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva), juntando-se ao Banco Angolano de Investimentos (BAI) e ao Banco Caixa Geral Angola (BCGA), sendo a primeira seguradora.
Intervindo no evento que oficializou a admissão da ENSA, conhecido historicamente como Ring The Bell, o secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos, considerou que a entrada da seguradora no Mercado de Bolsa de Acções (MBA) reforça a dinâmica e a atratividade da Bodiva.
“Neste momento registamos a admissão a negociação em bolsa da primeira seguradora no nosso mercado. A seguradora que inicialmente pertencia apenas a um único accionista, hoje pertence há muito mais acionistas”, enfatizou Ottoniel dos Santos.
O responsável lembrou que a média de procura no mercado de todas as ofertas que foram colocadas em bolsas quer pelo BAI, BCGA, quer agora pela ENSA, Angola e ENSA, em termo de rasto de cobertura, esteve acima de 158%.
Por sua vez, Mário Lemos, presidente do conselho de administração da ENSA, referiu que a operação é parte do programa de privatizações do Executivo angolano e tem como objectivo aumentar a liquidez e diversificação do mercado de capitais em Angola.
“A operação é um processo com envolvimento de entidades muito alargada, desde os assessores para estruturação da própria operação, e mais tarde com envolvimento do IGAPE [Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado], que a princípio foi o representante do Estado nesta operação, e depois o envolvimento dos intermediários financeiros que ajudaram a distribuir as acções no mercado”, descreveu, sublinhado que o final compensa pelo resultado alcançado.
Já Walter Pacheco, presidente da comissão executiva da Bodiva refere-se ao sucesso da operação da OPV de 30% das acções da ENSA como “uma demonstração” de que o caminho que seguem tem sucessos, assumindo ser pretensão da instituição que representa ter mais empresas no MBA.
Para o próximo ano, perspectiva-se a admissão na Bolsa de acções de empresas como o Banco de Fomento Angola (BFA), Unitel e Standard Bank de Angola.
Recorde-se que o governo angolano arrecadou pouco mais de 8,9 mil milhões de kwanzas (cerca de 9,8 milhões de dólares) com a Oferta Pública de Venda (OPV) de 30% das acções seguradora ENSA, de acordo os resultados apurados pela comissão executiva da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva), na sequência da Sessão Especial de Mercado Regulamentado realizada a 28 de Outubro.
Depois de apurado os resultados da OPV, o preço de cada uma das 720 000 acções até então detidas pelo Estado foi fixado pela Bodiva em 12 499,80 kz (13,6 dólares), com o preço médio das ordens recebidas a se fixar nos 10 482,66 kz.
Segundo a Bodiva, a procura pelas 720 000 acções da ENSA “ultrapassou largamente a oferta”, tendo correspondido a 174,51%. Nos termos do Prospecto, as ordens de compra com o preço igual ao Preço Unitário Final da Oferta [12 499,80 kz] foram parcialmente satisfeitas e contemplados 1 115 do total de 1 833 investidores que submeteram as suas declarações de aceitação da oferta dentro do prazo estabelecido para o efeito, acrescenta.
Num quadro detalhado dos resultados da oferta, consultado pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, a Bodiva mostra que o rácio procura/oferta foi de 174,51%, com o rácio de alocação a se fixar nos 69,81. Já a quantidade total procurada foi de 1 256 445 unidades, sendo que o montante global procurado superou os 14,7 mil milões de kwanzas (16,1 milhões de dólares). Os dados indicam ainda que foram recebidas 1 833 ordens, das quais 1 115 satisfeitas.
*Napiri Lufánia
