Coligações partidárias da Guiné-Bissau ameaçam “frustrar” comemorações do Dia das Forças Armadas e da Independência

A Aliança Patriótica Inclusiva (API) – Cabaz Garandi e PAI TERRA RANKA, as duas maiores coligações partidárias da Guiné-Bissau, ameaçam boicotar as celebrações do feriado nacional do “16 de Novembro” – Dia das Forças Armadas Revolucionárias Popular (FARP) –, em que habitualmente Umaro Sissoco optou por se celebrar também o dia da Independência, com uma…
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As duas maiores coligações do país realizaram uma reunião de concertação dos líderes, com o objectivo de em conjunto traçarem estratégias para pôr fim ao que entendem ser “um regime ditatorial”.
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A Aliança Patriótica Inclusiva (API) – Cabaz Garandi e PAI TERRA RANKA, as duas maiores coligações partidárias da Guiné-Bissau, ameaçam boicotar as celebrações do feriado nacional do “16 de Novembro” – Dia das Forças Armadas Revolucionárias Popular (FARP) –, em que habitualmente Umaro Sissoco optou por se celebrar também o dia da Independência, com uma manifestação popular de três dias, caso não se defina uma data para a realização das eleições.

Para o efeito, as duas coligações realizaram já a primeira reunião de concertação dos líderes, em um dos hotéis da capital guineense. A reunião teve como objectivo envidar esforços conjuntos para pôr fim ao que entendem ser “um regime ditatorial”. No referido encontro, foi estabelecido um calendário para a reposição da legalidade, que irá incluir uma marcha popular nos dias 14, 15 e 16 de Novembro.

No final da reunião, Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC e coordenador da coligação PAI -Terra Ranka, que é também o Presidente da Assembleia Nacional Popular resultante das últimas eleições legislativas, interpelado pela imprensa, afirmou ser dever [dos políticos] manter a esperança do povo, através dos valores do Estado democrático. “E se me perguntar qual é o time line, diria que é agora”, exclamou. 

Por sua vez, Baciro Dja, líder do FREPASNA, explicou que o secretariado de ambas as coligações estão a trabalhar na estratégia a ser desenhada e que, a seu tempo, será divulgada, pois que, como disse, “a marcha é um direito que assiste à população e que apenas só temos o dever de informar às autoridades, não temos de pedir autorização a ninguém”.

No dia anterior a este encontro, Baciro Dja esteve presente na conferencia de imprensa do API –  Cabaz Garandi, na sede nacional do MADEM-G15, que tem à cabeça Braima Camará, onde afirmou que todas as vias de diálogo foram esgotadas, “restando apenas colocar o povo na rua para revindicar a reposição de todos os poderes”, nomeadamente as eleições legislativas para dia 24 de Novembro, “que foram interrompidas sem nenhum motivo plausível”, acrescentando que “o sistema judicial se encontra subjugado e à mercê das ordens superiores”.

Ainda no mesmo encontro, Fidelis Forbes, coordenador em exercício do partido, considerou que todas os despachos feitos na última semana e assinados pelos juiz venerando Lima André, “para além de não terem cabimento jurídico, configuram apenas um falso pretexto para o Presidente [Umaro Embaló] usar na próxima cimeira da CEDEAO, na tentativa de fazer toda a  comunidade internacional acreditar que os partidos políticos não estão preparados para ir a escrutínio”. “A verdade é que todos estão preparados e exigem que se realizem as eleições, tanto legislativas como presidenciais, pois a 27 de Fevereiro de 2025, o mandato de Umaro Sissoco Embaló termina”, enfatizou.

Na Guiné-Bissau o “16 de Novembro” é o feriado nacional, em que, recorde-se, se celebra o dia das FARP, data aproveitada também pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló para comemorar o dia da Independência do país, normalmente com a presença de vários chefes de Estados e de Governos de vários países.

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