Elevadas taxas de juros em Angola tornam financiamento formal inacessível – INAPEM

As elevadas taxas de juros têm tornado o “financiamento formal inacessível” para muitas empresas angolanas, principalmente as que apresentam um nível de informalidade no que diz respeito à sua estrutura operacional, apontou o administrador executivo do Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), Bráulio Augusto. O responsável falava durante 13° Fórum…
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Administrador executivo do INAPEM refere que os procedimentos burocráticos, associados com alguma falta de compreensão de negócio por parte das instituições financeiras, criam um ambiente de exclusão.
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As elevadas taxas de juros têm tornado o “financiamento formal inacessível” para muitas empresas angolanas, principalmente as que apresentam um nível de informalidade no que diz respeito à sua estrutura operacional, apontou o administrador executivo do Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), Bráulio Augusto.

O responsável falava durante 13° Fórum Economia e Finanças, realizado esta Terça-feira, em Luanda, pela Associação Angolana de Bancos (ABANC), sob o lema “Financiamento de MPMES em Tempos de Transformação Global”.

“Os procedimentos burocráticos, associados com alguma relativa falta de compreensão de negócio por parte das instituições financeiras, acabam também por criar um ambiente de exclusão para muitas micro, pequenas e médias empresas (MPMEs)”, sublinhou.

Bráulio Augusto admitiu que o ecossistema de financiamento da MPMs em Angola enfrenta desafios estruturais que limitam o seu pleno desenvolvimento, acrescentando ainda que muitas das MPMEs não possuem activos tangíveis que possam ser usados como colaterais.

Apesar do sistema bancário ser a principal fonte de financiamento, “outras alternativas como Leasing, factoring e crowdfunding, entre outras, ainda se encontram relativamente subexploradas no nosso ecossistema financeiro”.

O mercado de capitais, segundo considerou, “vai-se tornando uma ferramenta importante e poderosa para mobilizar recursos, e encontra-se também aqui, naturalmente, numa fase de maturação”.

Contudo, completou, “um outro aspecto que gostaríamos de apontar em termos de contexto acaba por ser também o impacto da informalidade, ou seja, cerca de 80% das micro, pequenas e médias empresas em Angola operam na informalidade, o que dificulta o acesso ao financiamento, ou seja, sem registo formais, histórico financeiro, demonstração ou demonstração contáveis, essas empresas permanecem à margem do sistema financeiro informal”.

O presidente de direcção da ABANC, Mário Nascimento, disse, na ocasião, que a associação que dirige tem sido um parceiro relevante do Estado angolano na implementação de políticas económicas no que toca ao crédito e ao desenvolvimento económico.

“Ao longo dos últimos anos, temos testemunhados um cenário económico desafiador, marcado por profundas transformação e pela necessidade da adaptação constante”, reforçou.

No entanto, Mário Nascimento fez saber, igualmente, que o sector bancário tem demonstrado resiliência, capacidade de inovação e compromisso contínuo com a implementação eficiente de regulamentação e da legislação aplicada de boas práticas de governação, de responsabilidade social e desenvolvimento sustentável.

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