A Associação das Empresas Autóctones para a Indústria Petrolífera de Angola (ASSEA), em linha com a visão da plataforma Muhatu Energy Angola, disponibilizou esta Terça-feira, em Luanda, um total de 200 vagas de estágios remunerados, no quadro da 2ª edição do Ubuntu (eu sou porque nós somos), um inovador programa de estágios profissionais destinado a estudantes de institutos técnicos e universitários.
Visando facilitar a entrada de jovens angolanas nas áreas técnicas da indústria petrolífera, promovendo a diversidade e inclusão num dos sectores mais importantes para a economia de Angola, o referido programa está alinhado à iniciativa “Action for 20%”, que procura, igualmente, aumentar para 20% a participação feminina em sectores técnicos e de liderança na indústria energética.
Durante o lançamento do programa, a Associação das Empresas Autóctones para a Indústria Petrolífera de Angola, Berta Rodrigues Issa, fez saber que a segunda edição do programa de estágio reafirma o compromisso da ASSEA em definir o futuro do sector petrolífero em Angola.
“O ASSEA Ubuntu vai muito além de criar oportunidade de estágio, é uma iniciativa que visa empoderar jovens talentos e de estabelecer um sector petrolífero mais inclusivo, inovador e equitativo”, referiu.
A também empresária considera que a Lei do Conteúdo Local é um marco importante, mas que a sua implementação precisa de ser reforçada para gerar impacto real, tendo ainda defendido a criação de uma lista estratégica de exclusividade para bens e serviços, assegurando que áreas prioritárias sejam reservadas a empresas locais, dando uma especial atenção as empresas lideradas por mulheres.
“Esta medida é essencial para promover o desenvolvimento técnico, económico e sustentável de Angola”, enfatizou.
Ainda durante o acto de lançamento programa, a administradora executiva da Sonangol, Olga Sabalo Miranda, garantiu que a empresa pública petrolífera acredita que a educação é a chave para o desenvolvimento sustentável e que, por isso, continua firmemente comprometida em apoiar projectos educacionais através da sua política de responsabilidade social.

“É por via destas iniciativas, que temos contribuído para a formação de quadros e técnicos angolanos altamente qualificados e prontos para enfrentarem os desafios de um sector dinâmico, como é o sector de petróleo e gás. Estamos, igualmente, comprometidos em promover a inclusão e fortalecimento do papel das mulheres, reflectindo o alinhamento da nossa estratégica corporativa aos princípios de ESG”, reforçou.
A 2ª edição do Ubuntu conta com o apoio essencial do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP) e com o envolvimento de quatro instituições académicas, incluindo o Instituto Nacional de Petróleos (INP), o Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC) e as Universidades Católica e Metodista, que colaboram na selecção de jovens talentos com elevado mérito académico e paixão pela área técnica.
Recorde-se que a primeira edição do Ubuntu, que envolveu 13 estagiárias, teve um impacto significativo, alcançando uma taxa de empregabilidade de 70% entre as participantes.
Actualmente, as mulheres representam apenas 22% da força de trabalho na indústria petrolífera angolana, com uma participação ainda mais baixa, de 8%, nas áreas técnicas.