O Governo angolano, através do Instituto dos Serviços de Veterinária, anunciou nesta Quinta-feira, 13, a suspensão da emissão de licenças para a importação de diversos produtos de origem animal, como asas de galinha, miudezas e partes específicas de carne bovina e suína.
A medida, que entra em vigor a partir do dia 15 de Março deste ano, fundamenta-se na existência de condições para a produção local desses produtos e na capacidade para suprir a procura interna.
De acordo com um documento a que a FORBES ÁFRICA LUSÓFONA teve acesso, o Governo acrescenta que a lista de itens, cuja importação será interditada, abrange produtos de origem animal bovina, como dobrada, rins, fígado, coração e pulmões.
Entretanto, relativamente às aves, cessarão as licenças para a importação de asas de peru, asas de galinha, asas de pato, moelas, coração, dorso, pescoço e fígado.
Quanto aos produtos suínos, a medida incluirá a cabeça, máscara, orelha, focinho, rabinho, esterno, fígado, coração e miudezas.
O documento refere, igualmente, que a partir de 31 de Julho do ano em curso, a restrição será alargada, a importação de rabinho e cabeça de bovino, coxa de galinha rija, coxa de peru e pescoço de porco.
Cidadãos angolanos contra a medida tomada
A nota publicada na página da rede social Facebook do Governo foi criticada por vários internautas. Por exemplo, o cidadão Amadeu Zinho diz que “um país com insuficiência produtivas não deve tomar tais decisões”, considerando que incentivar a produção nacional baseia-se no incentivo ao crédito, criação de vias de acesso, bem como facilitação de processos.
“Já proibir a importação de algo que a nossa produção não cobre a demanda, é dificultar a vida e não incentivar”, disse.
Para Pambo Mendes, o incentivo passa inicialmente em financiar os produtores locais e investir na indústria de produção de carne e ração, com subvenção a fundo perdido e não cortar a importação.
“Sou jovem a tentar entrar no sector de produção de frango de corte e encontro enumeras dificuldades para dar os primeiros passos na criação de frango de corte, imagino quando chegar ao passo de industrializar essa actividade sem apoio do Estado”, lamentou.