Cabo Verde republica em livro tradição da “apanha de espírito”

Sete anos depois da primeira edição, o ritual da “apanha de espírito”  em locais que foram palco de mortes violentas, em Santiago de Cabo Verde, volta a ser lançado em livro, contou Arlindo Mendes antropólogo e professor jubilado da universidade pública cabo-verdiana (UniCV). O autor está preocupado em passar a escrito as tradições transmitidas, sobretudo,…
ebenhack/AP
Professor Arlindo Mendes percorreu o interior da ilha de Santiago com gravador e bloco de notas registou testemunhos em primeira mão dos participantes, tanto familiares, como na comunidade.
Life

Sete anos depois da primeira edição, o ritual da “apanha de espírito”  em locais que foram palco de mortes violentas, em Santiago de Cabo Verde, volta a ser lançado em livro, contou Arlindo Mendes antropólogo e professor jubilado da universidade pública cabo-verdiana (UniCV).

O autor está preocupado em passar a escrito as tradições transmitidas, sobretudo, de forma oral, “é um ritual levado muito a sério”, explicou.

Arlindo Mendes percorreu o interior da ilha de Santiago com gravador e bloco de notas registou testemunhos em primeira mão dos participantes, tanto familiares, como na comunidade, desde a madrinha do defunto que dirige a cerimónia, até a padres da igreja católica.

O professor jubilado da UniCV explicou que toda a morte violenta é considerada uma ‘morte mal morrida’, por queda de uma árvore, rocha, outro acidente ou até assassinato. “Acredita-se que o espírito fica no local, a gravitar, e é preciso um conjunto de rituais para purificar o espaço, trazer tranquilidade aos vivos e propiciar a viagem que o espírito deve fazer”, explicou.

Arlindo Mendes, citado pela Lusa, referiu que o ritual tem um efeito tranquilizador junto da família e da comunidade afectada pela morte, exercendo “uma força psicológica colectiva, que não é de jogar fora” e que ajuda a realizar o luto.

 

Mais Artigos