A ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU), Ana Paula do Sacramento Neto, admitiu esta Terça-feira, 18, em Luanda, que o país deve se organizar para tratar da inclusão como um facto.
“As pessoas com deficiências têm enfrentado muitas dificuldades. Nós temos pessoas que pretendem aceder à banca e encontram barreiras arquitectónicas, barreiras do próprio sistema no atendimento, portanto, não há um atendimento assistido”, frisou.
De acordo com a ministra, que falava à margem do 1º Fórum sobre Inclusão e Acessibilidade no Sector Bancário, o Governo pretendem, junto do sector bancário e outras instituições financeiras, fazer com que a inclusão financeira seja um facto e que aconteça com a maior naturalidade em Angola.
Por outro lado, Ana Paula do Sacramento Neto disse as pessoas com deficiências devem se sentir independentes para tratarem qualquer assunto no sector bancário, sem que estejam limitados, quer a tradução em termos de língua gestual angolana ou em sistema de braille.
“Nós temos muitas pessoas invisuais formadas, leem e escrevem, mas nós não estamos em condições de acompanhar a passada deles, nós devemos nos organizar para tratarmos da inclusão no nosso país como um facto”, frisou.
Entretanto, a governante afirmou que o sector bancário tem alguns desses serviços disponíveis para as pessoas com deficiências.
“Algumas instituições bancárias têm alguma coisa, mas não é o suficiente, por isso, é que estão aqui connosco para ouvirmos também das pessoas com deficiências e eles irem melhorando o serviço que prestam às pessoas com deficiência”, adiantou Ana do Sacramento.
Para além do sector bancário, Ana Paula do Sacramento Neto referiu que têm estado a trabalhar com todos os sectores, enquanto departamento ministeriais têm o programa e cada departamento ministerial tem tarefas específicas.
“Por exemplo, com o Ministério do Interior nós estamos a fazer formação sobre linguagem gestual para que os agentes da polícia, todos os intervenientes no sector policial consigam identificar e falar a mesma linguagem que as pessoas com deficiência”, informou.
Nestas acções de formação, acrescentou a ministra, incluíram também o sector da saúde, porque muitas pessoas vão aos hospitais e, às vezes, o atendimento não é o que se pretende para as pessoas com deficiência, quer auditiva, quer visual.
Por sua vez, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, disse que as instituições financeiras em particulares as bancárias no âmbito da sua implementação, encontram alguns passos para que as pessoas portadoras de deficiências possam ser atendidas da melhor maneira possível.
“Há uma recomendação recorrentes dos discursos dos presidentes das associações que visa equipar, quer os ATMs (caixas electrónicas), quer as agências bancárias com equipamentos substituíveis de atender em particular as pessoas portadoras de deficiência visual”, salientou.
O governador acredita que depois deste fórum, internamente irão ver com o departamento de regulação e normas do sistema bancário que normativos adicionais podem ser adoptados, no sentido de permitir de forma célere a implementação de recomendações.