A greve de cinco dias dos 23 professores da Escola Portuguesa de Luanda (EPL) terminou sem resposta por parte do Ministério da Educação português às suas reivindicações.
Segundo a professora Sandra Feliciano, lamentam a falta de respostas do Ministério da Educação português durante os cinco dias da paralisação convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), que contou com 100% de adesão dos professores afectados (integrantes do quadro de escola).
Entretanto, a professora que faz parte dos quadros dos professores da EPL, constituído por cerca de 120 docentes, em situações diferenciadas realçou que, não houve qualquer resposta, estando a ser pensadas “outras formas de luta, porque [os professores têm] que ser ouvidos, ainda nada está decidido, mas vamos continuar até nos ouvirem”, afirmou.
O Ministério da Educação português, de acordo com a Lusa, desde o ano lectivo passado, não cumpriu a sua “palavra dada”, de “condições de equidade entre os docentes”, ou seja, entre os que estão em mobilidade, que vêm de Portugal, e os que estão na EPL há alguns anos e os professores do quadro de escola que foram agora integrados.
Por outro lado, os professores alegam que a entrada para os quadros da escola e com um estatuto diferente, que acrescentou novos impostos, a actual situação salarial chega a ser inferior à que tinham antes, “o que não faz sentido absolutamente nenhum”, reivindicando equidade laboral e salarial com os colegas vindos de Portugal.
Argumentam ainda que, comparativamente a estes colegas, há “uma diferença grande” salarial, porque recebem, por exemplo, um subsídio de apoio, que os do quadro da escola não têm.
Sandra Feliciano referiu que os visados vão recorrer a “tudo o que for preciso, sindicato, tribunal”, para serem atendidos.
“Durante os cinco dias houve sempre adesão de todos, houve professores que tiveram que aderir a tempo parcial, porque cinco dias é imenso e os nossos alunos estão em primeiro lugar, quem tinha realmente coisas que não podia deixar de cumprir e cumpriu, mas toda a gente fez greve todos os dias, portanto, a adesão da nossa parte foi excelente”, frisou.
Para Sandra Feliciano, o silêncio do Ministério da Educação significa que “não estão preocupados nem com a imagem do Estado português nem com a Escola Portuguesa de Luanda e muito menos com os professores do quadro da escola”.