As mulheres assumem um papel de liderança no ensino e promoção do português na Universidade Central da Venezuela (UCV), a principal universidade pública e autónoma do país, disse a directora do Departamento de Língua Portuguesa daquela instituição.
“As mulheres têm um papel de preponderância, que assumem com toda a responsabilidade”, disse Digna Tovar numa entrevista em vídeo, divulgada pela Coordenação do Ensino da Língua Portuguesa no Estrangeiro – Venezuela (CEPE) que assinalou localmente o Dia Internacional da Mulher.
“É um desafio que assumimos com toda a responsabilidade”, sublinhou. No vídeo, que teve a professora como principal convidada, Digna Tovar explica que “na Escola de Línguas e em toda a Universidade [as mulheres] têm um papel fundamental, de liderança”.
Cerca de “90% dos educadores são mulheres e, como mulheres, compreendemos a responsabilidade que temos sobre os ombros de educar, de formar de maneira abrangente, a geração que no futuro será responsável pelas rédeas do país”, disse.
Venezuelana, casada com um português, Digna Tovar, começou por explicar que é diretora do Departamento de Língua Portuguesa desde a sua criação, há 30 anos. Também que tem uma licenciatura em idiomas modernos e especialização em português como língua estrangeira pela Universidade do Porto.
“Entendi que a língua é como uma porta que permite ver, conhecer, explorar outros mundos, outras formas de estar no mundo”, disse, sublinhando que estudar português “foi uma decisão maravilhosa”, da qual não se arrepende.
Num outro vídeo, divulgado pelo CEPE e a Embaixada de Portugal em Caracas, Lara Melo, directora do Programa Mundial de Alimentos da ONU na Venezuela, explicou que, “num mundo com múltiplas crises, é urgente investir nas mulheres”.
Para a vice-reitora da Universidade Central da Venezuela, Fátima Garcês, “garantir os direitos das mulheres e das raparigas é acelerar o progresso”, afirmou.
“Não há direitos humanos sem igualdade entre homens e mulheres. Aceleremos o progresso”, afirmou a conselheira das comunidades portuguesas Fátima Pontes, citada pela Lusa.
Já para a cônsul-geral de Portugal em Valência, Venezuela, “investir nas mulheres significa construir sociedades inclusivas”, disse.
A conselheira das comunidades portuguesas Maria Neves Correia sublinhou que “as mulheres são um activo do futuro”. Outra oradora, Mónica Reis, presidente da Associação Amigos de Terras de Santa Maria da Feira, afirmou que “as mulheres também são líderes comunitárias” e “o progresso depende delas”.