São Tomé quer tornar-se refúgio para investidores em tempos de guerra comercial

O ministro da Economia e Finanças são-tomense, Gareth Guadalupe, disse que o país quer transformar em oportunidades a guerra comercial que se intensifica no mundo, admitindo a possibilidade de se tornar num "refúgio" para investidores estrangeiros. "Existem sempre oportunidades e São Tomé e Príncipe quer tirar o máximo partido delas, em caso de guerras comerciais…
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"Existem sempre oportunidades e São Tomé e Príncipe quer tirar o máximo partido delas, em caso de guerras comerciais ou de guerras efectivas", disse o ministro da Economia e Finanças são-tomense, em Washington
Economia

O ministro da Economia e Finanças são-tomense, Gareth Guadalupe, disse que o país quer transformar em oportunidades a guerra comercial que se intensifica no mundo, admitindo a possibilidade de se tornar num “refúgio” para investidores estrangeiros.

“Existem sempre oportunidades e São Tomé e Príncipe quer tirar o máximo partido delas, em caso de guerras comerciais ou de guerras efectivas”, disse Gareth Guadalupe, em Washington, onde participa nas reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.

“Na iminência de uma nova ordem política mundial, normalmente as pessoas têm a tendência de procurar países pacíficos, como é o caso de São Tomé, para fazer lá os seus investimentos, porque países como os Estados Unidos, por exemplo, não lhes dão tais garantias. São Tomé e Príncipe posiciona-se como um país amigo de todos, um país com uma posição geoestratégica muito interessante”, advogou.

Apesar da guerra comercial se ter intensificado depois do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado tarifas a nível global, o Governo de São Tomé e Príncipe desvalorizou o impacto da tarifa de 10% às suas exportações para os Estados Unidos (EUA), avaliando que “não constituirá nenhum problema para a economia” do país africano.

“As nossas divisas não dependem daquilo que nós exportávamos para os Estados Unidos”, disse o ministro do Estado e da Economia e Finanças.

Mantendo um olhar positivo face ao cenário mundial, Gareth Guadalupe vê oportunidades onde muitos líderes veem desespero, e equaciona colocar em prática um projeto de “cidadania por investimento”.

“Pode ser uma oportunidade para os investidores. Hoje em dia há muitos investidores à procura de oportunidades, até de ter um ‘safe house’ [refúgio], digamos assim. Um sítio em que saibam que têm uma habitação, mas que essa habitação lhes dá garantias de direitos de propriedade, em que possam fazer um investimento”, indicou.

À semelhança de Portugal, que teve os ‘vistos gold’, São Tomé e Príncipe quer explorar o ‘citizenship by investment’ [cidadania por investimento].

“Estamos a ver a possibilidade de explorar um ‘citizenship by investment’. Há vários parceiros interessados, mas nós temos de trabalhar o nosso quadro legal para estar devidamente enquadrado e permitido, e queremos que esse processo seja totalmente transparente. Portanto, vamos continuar a conversar com os parceiros e ver quais as possibilidades nessa matéria”, afirmou à Lusa.

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