O Banco Africano de Exportação-Importação (Afreximbank) anunciou nesta Quarta-feira o lançamento de um Fundo de Cinema Africano no valor de cerca de 881 milhões de euros “para transformar a indústria criativa do continente”, referiu a entidade em comunicado.
Segundo a nota de imprensa do Afreximbank, este fundo vai desempenhar “um papel fundamental na promoção da produção e distribuição global de filmes e séries televisivas de elevada qualidade, ampliando ainda mais a influência cultural de África em todo o mundo”.
O Afreximbank explicou que este fundo será aplicado através “do seu braço de investimento de impacto no desenvolvimento, o Fundo para o Desenvolvimento das Exportações em África (FEDA)”, que se compromete a gerir o lançamento do fundo “como parte do seu Programa Nexus África Criativa (CANEX)”.
A entidade explicou ainda que esta iniciativa surgiu no seguimento do compromisso assumido pelo grupo Afreximbank no CANEX Weekend (CANEX WKND 2024) em Argel, na Argélia, em outubro de 2024, onde o banco anunciou planos para lançar um fundo cinematográfico de capital privado através do FEDA para apoiar a produção e distribuição de filmes em toda a África e capacitar os cineastas africanos para criarem conteúdos apelativos a nível mundial.
De acordo com o Instituto de Estatística da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), citado no comunicado, a indústria cinematográfica e audiovisual africana gera cerca de cinco mil milhões de dólares em receitas anuais e emprega mais de cinco milhões de pessoas em todo o continente.
No entanto, a indústria cinematográfica africana há muito que enfrenta desafios, incluindo o acesso limitado a instalações e equipamentos de produção, a escassez de recursos avançados de pós-produção e a falta de infraestruturas de exibição suficientes, lamentou o banco.
“As intervenções do Afreximbank através do FEDA procuram resolver algumas destas questões”, salientou.
Para o presidente do Afreximbank, Benedict Oramah, citado pela Lusa, a criação deste fundo é oportuna e vai ajudar a acelerar o crescimento do setor criativo africano, “que tem assistido a um rápido crescimento, mas continua a enfrentar desafios significativos, incluindo o financiamento, a expansão e o acesso aos mercados globais”.