A empresa que desenvolveu o primeiro modelo linguístico da China que usa inteligência artificial (IA) para o português está a planear listar-se em bolsa e expandir-se nos mercados lusófonos, disse o fundador.
Lin Yuchu disse que a Deeptranx, com sede em Zhuhai (cidade adjacente a Macau), tem planos para entrar na bolsa de valores da região semiautónoma chinesa de Hong Kong ou na vizinha metrópole de Shenzhen.
Mais de dez empresas de Portugal e do Brasil já investiram três milhões de yuan (mais de 371 mil euros) para poderem usar o DeeCo-model, um modelo linguístico de grande dimensão especializado em conteúdos em língua portuguesa.
Mas o presidente-executivo da Deeptranx sublinhou que a empresa quer ir mais longe. “No futuro, vamos aproveitar Macau como porta de entrada através da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ para nos expandirmos para os mercados lusófonos”, referiu Lin.
A iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” é uma estratégia global de desenvolvimento de infra-estruturas adoptada pelo Governo da China em 2013 e que já investiu em mais de 150 países.
Lin começou a trabalhar na tradução automática entre chinês, português e inglês em 2012, quando ainda era estudante na Universidade de Macau.
Já após fundar a Deeptranx, em 2018, o empresário identificou oportunidades no mercado lusófono e criou o primeiro grande modelo de IA da China focado no português, “uma vez que os sectores de IA em chinês e inglês já estavam saturados”.
“Em 2022, actualizámos para um modelo linguístico completo e de grande dimensão após avanços nos algoritmos de IA”, acrescentou.
O DeeCo-model, diz a Lusa, suporta processamento de texto, imagem, áudio e vídeo, abrangendo 17 setores, incluindo finanças, tecnologia e cultura.
“É mais especializado e profissional do que outros modelos tradicionais para conteúdos locais”, sublinhou Lin, dando como exemplo “consultas sobre as leis de Macau ou a história e cultura lusófonas”.