O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), AKinwumi Adesina apresentou esta, Segunda-feira, em Abidjam, Costa do Marfim, as maiores realizações do banco, incluindo o maior aumento de capital da sua historia, de 93 mil milhões de dólares 2015 para 318 mil milhões de dólares, a reposição recorde do Fundo Africano de Desenvolvimento, angariando 8,9 milhões de dólares, assim como os 500 milhões de africanos que beneficiaram dos investimentos do banco sob a sua liderança.
Ao discursar num pequeno-almoço com jornalistas, Adesina descreveu os seus dez anos de presidência como uma missão desgastante, mas profundamente gratificante.
A conferência de imprensa é o primeiro evento oficial dos Encontros Anuais de 2025 do BAD, de 26 a 30 de Maio, durante os quais será eleito um novo presidente do banco.
“Isto não é um emprego. Se alguém estiver à procura de um emprego, por favor não o aceite. Isto não é um emprego. Isto é uma missão. Como a minha mulher Grace e os meus colaboradores vos dirão, durante dez anos não tive vida. Completamente zero. Trabalhei todos os dias. Todos os passos”, contou.
Adesina expressou a sua gratidão pela oportunidade de liderar a instituição.
“Servir como presidente do Banco Africano de Desenvolvimento tem sido a maior honra da minha vida”, disse. “Tem sido uma década de objectivos incansáveis, de paixão duradoura e de serviço incansável”, acrescentou.
Os Encontros Anuais deverão atrair um número recorde de 6 mil delegados de 91 países, incluindo decisores políticos, líderes do setor privado, académicos, sociedade civil, parceiros de desenvolvimento e meios de comunicação social.
“Este é um dos meus momentos favoritos de cada um dos Encontros Anuais. Dá-me a oportunidade de falar com franqueza, refletir profundamente e agradecer-vos sinceramente”, disse o presidente, acrescentando que os Encontros de 2025 são ‘o capítulo final de uma década notável de transformação’.
A presidência de Adesina começou em 2015 com o lançamento das cinco prioridades de desenvolvimento, conhecidas como High 5s: Iluminar e eletrificar África, alimentar África, industrializar África, integrar África e melhorar a qualidade de vida das pessoas de África.
Dez anos depois, essas prioridades tiveram um impacto profundo. Os High5 tiveram impacto na vida de mais de 565 milhões de pessoas em África, referiu Adesina.
“Não se trata apenas de números. São futuros. São esperanças concretizadas”, salientou.
O presidente do BAD agradeceu aos meios de comunicação social pelo seu apoio ao longo da última década e pela sua presença nos últimos Encontros Anuais sob a sua direção.
“O vosso papel é mais importante do que nunca. Não são apenas observadores. São amplificadores da voz de África. Dão forma à narrativa. Desafiam-nos. Informam o mundo”, apontou.
Salientando o que disse na Cimeira dos Líderes dos Media All Africa, em Maio de 2024, em Nairobi, no Quénia, Akinwumi Adesina apelou ao surgimento de plataformas de media africanas que amplifiquem à escala global e de forma credível e positiva as narrativas continentais.
Olhando para o futuro, o presidente manifestou orgulho na transformação do Banco durante o seu mandato e no reforço da sua reputação global.
“O Banco Africano de Desenvolvimento que temos hoje não é o Banco Africano de Desenvolvimento que tínhamos antes. Agora é uma instituição global”, ressaltou.
Questionado sobre o conselho que daria ao seu sucessor, Adesina disse que a responsabilidade desse líder é basear-se no passado, olhar para o que futuro e encontrar dentro de si a coragem necessária para defender os interesses de África.
Reflectindo sobre a transição que se avizinha e sobre a instituição que irá entregar a 01 de Setembro de 2025, declarou que a liderança pode mudar, mas a missão mantém-se.
“A direcção do banco é clara, a sua determinação é forte e o seu compromisso com o desenvolvimento de África é inabalável”, concluiu.