Mais de 30 expositores são esperados na Quinta e na Sexta-feira, na capital moçambicana, na 10.ª edição da Feira do Livro de Maputo, adiada em Outubro devido aos protestos pós-eleitorais, segundo a organização.
“Foi o que todos nós vimos, houve o cancelamento e voltámos para trás. Já estava tudo organizado, faltavam dois dias para começar, mas acabámos por adiar, ficou tudo estragado e foi difícil retomar”, disse nesta Quarta-feira a coordenadora da feira, Cristina Manguele.
Além de mais de 30 expositores, são esperados mais de 10 mil participantes nos dois dias, a contar com o envolvimento de alunos das escolas primárias e secundárias da capital moçambicana.
A actual edição vai decorrer apenas no átrio e salão nobre do município de Maputo, contrariando a anterior programação, que incluía programas no Instituto Guimarães Rosa, no Centro Cultural Moçambicano – Alemão, na Associação dos Escritores Moçambicanos e no Jardim Tunduru, no centro da cidade.
“São um pouco mais de 20 convidados que vão fazer parte desta edição, mas no ‛A caminho da feira’ tivemos actividades com mais de 20 artistas brasileiros que estiveram no nosso país”, acrescentou Cristina Manguele.
O “A caminho da feira” é uma série de eventos que antecedem a Feira do Livro de Maputo, igualmente organizados pelo município, em que são desenvolvidos uma série de actividades artísticas, sobretudo envolvendo escolas, com a intenção de promover a arte.
A 10.ª edição da Feira do Livro de Maputo tinha sido agendada antes para 24 a 26 de outubro passado, na capital moçambicana, mas as manifestações pós-eleitorais travaram a realização do evento, que teve de ser cancelado e reagendado para Junho deste ano.
Uma das novidades desta edição é a iniciativa “Ler, trocar e doar”, que, segundo a coordenadora, visa incentivar o gosto pela leitura e a partilha de obras literárias entre os leitores da capital.
O espaço de doação e troca de livros quer servir igualmente como lugar para a promoção de diálogos entre escritores emergentes e a promoção de publicações independentes, e estimular estratégias para a facilitação de acesso aos livros em Maputo e não só.
A edição de 2025, referiu, vai homenagear o escritor, ensaísta e crítico de literatura Nelson Saúte, bem como João Albasini, um dos símbolos do protonacionalismo em Moçambique.
O evento, segundo a Lusa, inclui palestras, debates, feiras, seminários, exposições, oficinas e concertos a serem materializados por escritores, pesquisadores, artistas plásticos, jornalistas, atores, cineastas e músicos, tendo como lema “Jornalismo e literatura: imaginários para (re)pensar o futuro”.
