O elevado volume de crédito malparado continua a representar um desafio considerável com impactos directos na liquidez de concessão de novos financiamentos e, sobretudo, na estabilidade económica de Angola.
A preocupação foi manifestada esta Quinta-feira, 03 em Luanda, pelo presidente do conselho de administração da Recredit, Valter Barros, durante a 1.ª Conferência Internacional sobre Recuperação de Empresas e Insolvência.
“Neste contexto, a actuação de identidade especializada na recuperação de activos revela-se não apenas necessária, mas estratégica e urgente”, disse.
De acordo com os responsáveis, os créditos non-performing (crédito não produtivo) continuam a pressionar os balanços dos bancos, restringindo o papel dos bancos como catalisadores do crescimento económico.
“É, portanto, essencial promover o debate sobre soluções inovadoras, trocas de experiências com outras jurisdições e reforçar os mecanismos legais que sustentam a recuperação eficiente de empresas e uma gestão responsável e célere dos processos de insolvência”, realçou.

Já a ministra das Finanças, Vera Daves, a recuperação de empresas em insolvência trata de vida em suspense, de empresas quem lutam para sobreviver, de trabalhadores que aguardam por soluções e de um Estado que não pode virar costas à responsabilidade de criar responsabilidade de criar instrumentos justos e transparentes e funcionais.
“Falar de insolvência não é falar de fracasso, é falar de recomeço, é falar da coragem de enfrentar dificuldades, reconhecer erros, ajustar rotas e persistir. Por trás de cada processo de recuperação, está uma história, a oportunidade de salvar postos de trabalho, preservar cadeias de valor recuperar crédito e, muitas vezes, restaurar a dignidade de quem empreendeu com honestidade”, reforçou.
Vera Daves disse que o país tem hoje um novo quadro legal, vontade política e cada vez mais consciência da importância desta agenda para a saúde no tecido económico.
“Mas o verdadeiro sucessos do novo regime de recuperação e insolvência vai depender da nossa capacidade de o pôr a funcionar com eficácia, vai depender de sinergias de diálogo entre magistrados, gestores, advogados, académicos e reguladores”, apelou.