O gestor e economista Carlos Saturnino, amplamente reconhecido pelas suas contribuições decisivas para a consolidação da indústria petrolífera nacional, foi condecorado, esta Sexta-feira, 18, com a Medalha de Mérito na categoria “Paz e Desenvolvimento”, no âmbito das comemorações dos 50 anos da Independência Nacional de Angola.
A condecoração foi atribuída pelo Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, numa cerimónia solene em Luanda, que celebrou o legado de cidadãos de diferentes áreas – da gestão e diplomacia à saúde, educação, cultura e defesa – cujo percurso contribuiu para o progresso do país.
Entre os homenageados, Carlos Saturnino destacou-se pelo papel determinante que desempenhou na liderança de empresas estratégicas, bem como na concepção e execução de projectos estruturantes no sector dos petróleos, área-chave da economia angolana.
Licenciado em Ciências Económicas pela Université Paris XIII, em França, Saturnino possui ainda pós-graduações em Estratégia Industrial e Financeira Internacional, e em Economia e Políticas Energéticas. No seu percurso constam igualmente formações executivas de prestigiadas instituições como a Universidade do Texas e o INSEAD.
Com quase quatro décadas de actividade profissional, desempenhou funções de elevada responsabilidade na Sonangol, incluindo os cargos de director do Gabinete do Plano, director de Planeamento Estratégico e Novos Negócios, director de Negociações, Presidente do Conselho de Administração, e secretário de Estado dos Petróleos. Sucedeu a Isabel dos Santos na presidência da Sonangol e foi antecessor de Sebastião Gaspar Martins, o actual PCA.
Figura incontornável da indústria petrolífera angolana, Carlos Saturnino foi distinguido pelo Presidente da República com uma das mais altas condecorações nacionais, numa cerimónia que reconheceu personalidades que moldaram meio século de história em Angola.
Carlos Saturnino é considerado um dos arquitectos das grandes parcerias estratégicas no sector petrolífero angolano. Liderou iniciativas que resultaram em recordes mundiais de captação de receitas, tais como a de 4 mil milhões de dólares em 2005/06 e 3 mil milhões em 2010/11, angariados como bónus de assinatura e contribuições sociais no contexto dos concursos públicos para exploração de blocos offshore.
O seu nome está também ligado à criação de infra-estruturas e joint ventures relevantes, como SONILS, SONAMET, Technip Angola, SONANGALP, SAONAID, ESSA, PETROMAR e KWANDA Suporte Logístico, projectos que contribuíram para reforçar a capacidade técnica e logística da indústria petrolífera nacional.
A sua trajectória acompanha os momentos-chave da reestruturação e modernização do sector energético angolano, com impacto directo no fortalecimento da soberania energética e na valorização do talento nacional.
Ao receber a distinção, Carlos Saturnino manifestou-se honrado e emocionado. “Recebo esta condecoração com sentido de dever cumprido, espírito de responsabilidade e de patriotismo. É, para mim, um reconhecimento que ultrapassa a dimensão individual. Representa o esforço de muitos profissionais, técnicos e quadros que, ao longo destes 50 anos, ajudaram a construir um sector energético robusto, ao serviço da soberania nacional e do desenvolvimento do país. Angola tem recursos valiosos, mas o mais importante continua a ser o talento e a dedicação do seu povo”, afirmou.
A cerimónia de condecoração integra um programa mais amplo de homenagens promovido pelo Estado angolano para assinalar o cinquentenário da independência, distinguindo cidadãos cuja integridade, mérito e dedicação contribuíram para a construção e afirmação da República de Angola.
Juntamente com Carlos Saturnino, foram também agraciados o presidente do Fundo Soberano de Angola, Armando Manuel; o empresário Elias Piedoso Chimuco; o embaixador Syanga Kivuila Samuel Abílio; e o engenheiro e professor universitário Amândio Vaz Velho.