Stock de crédito à economia angolana atinge 6,46 biliões kz em Junho

O stock de crédito à economia angolana atingiu 6,46 biliões de kwanzas em Junho, representando um aumento de 3,18%, face ao mês de Maio e uma variação acumulada de 7,40%, ou seja, 444,75 mil milhões de kwanzas em termos absolutos. Os dados foram avançados recentemente, na cidade do Soyo, província do Zaire, pelo governador do…
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Em termos homólogos, o crédito à economia concedido em moeda nacional cresceu 31,24%, de acordo com o governador do Banco Nacional de Angola, Manuel Tiago Dias.
Economia Negócios

O stock de crédito à economia angolana atingiu 6,46 biliões de kwanzas em Junho, representando um aumento de 3,18%, face ao mês de Maio e uma variação acumulada de 7,40%, ou seja, 444,75 mil milhões de kwanzas em termos absolutos.

Os dados foram avançados recentemente, na cidade do Soyo, província do Zaire, pelo governador do Banco Nacional de Angola (BNA), após 124.ª Reunião do Comité de Política Monetária.

Segundo Manuel Tiago Dias, em termos homólogos, o crédito à economia concedido em moeda nacional cresceu 31,24%.

“No sector externo, o saldo superavitário da conta de bens aumentou em 36,33%, tendo passado de 914,73 milhões de dólares dos Estados Unidos, em Maio, para 1,25 mil milhões de dólares dos Estados Unidos em Junho de 2025”, disse.

​Em termos acumulados até ao mês de Junho, o saldo da conta de bens, de acordo com o governador, atingiu 7,29 mil milhões de dólares, situando-se abaixo dos 11,90 mil milhões de dólares no período homólogo de 2024, representando uma redução de 4,61 mil milhões de dólares dos Estados Unidos.

“A redução do superavit da conta de bens em termos acumulados deveu-se ao efeito combinado da redução do valor das exportações em 3,80 mil milhões de dólares dos Estados Unidos e ao aumento do valor das importações em 810,06 milhões de dólares dos Estados Unidos”, referiu.

Todavia, a oferta de moeda estrangeira no mercado cambial continuou sustentada, tendo sido transaccionados 5,55 mil milhões de dólares no primeiro semestre de 2025, que, comparado com os 5,08 mil milhões de dólares dos Estados Unidos do ano passado, representou um aumento de cerca de 480 milhões de dólares dos Estados Unidos.

O stock das Reservas Internacionais fixou-se em 15,65 mil milhões de dólares dos Estados Unidos, o que corresponde a um grau de cobertura de 7,88 meses de importação de bens e serviços.

Por outro lado, o Banco Nacional de Angola decidiu manter a Taxa BNA em 19,5%, manter a Taxa de Juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em 20,5% e manter a Taxa de Juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 17,5%.

Adicionalmente, o Comité de Política Monetária reduziu o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional de 19% para 18%.

Manuel Tiago Dias disse que a manutenção das taxas de política teve em consideração o ambiente de incertezas que se mantém no cenário internacional e as expectativas geradas pelo ajustamento dos preços administrados na economia nacional.

“Por sua vez, a redução do coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional visa influenciar a redução das taxas de juro no mercado interbancário e estimular o financiamento ao sector real da economia”, sublinhou.

Conjuntura Internacional

Entretanto, as tensões comerciais e geopolíticas continuam a alimentar as incertezas a nível mundial, com implicações negativas no comércio internacional, o que tem condicionado a dinâmica da actividade económica.

De acordo com o Relatório sobre as Perspectivas Económicas do Banco Mundial, publicado em Junho, prevê-se um crescimento do PIB mundial de 2,3% em 2025, face aos 2,7% registados em 2024, uma revisão em baixa comparativamente ao valor projectado em Janeiro do ano corrente (2,7%).

Face à conjuntura prevalecente no mercado internacional, as principais agências mundiais mantiveram as suas previsões de redução do preço de petróleo, abaixo dos 70 USD/barril em 2025, comparativamente aos níveis alcançados no ano anterior, não obstante o preço médio dessa commodity ter valorizado 8,50% em Junho do ano em curso.

Economia Nacional

A taxa de inflação mensal fixou-se em 1,21% em Junho de 2025, comparativamente aos 1,17% observados no mês anterior, como resultado do efeito de primeira ordem do ajuste administrativo das tarifas de electricidade e água.

A classe de Alimentação e Bebidas não Alcoólicas contribuiu com 0,72 pontos percentuais, representando 59,18% da inflação total, uma redução substancial da contribuição dessa classe num passado recente.

A inflação homóloga, referente aos últimos 12 meses, continua o seu percurso descendente e situou-se em 19,73%, comparativamente aos 20,74% do mês anterior e 31% do período homólogo do ano passado. As condições prevalecentes na economia têm contribuído para a desaceleração da inflação, nomeadamente a disponibilidade de uma maior oferta de produtos de amplo consumo, suportada pelo aumento da produção nacional, as condições monetárias adequadas e a estabilidade da taxa de câmbio.

A desaceleração da inflação continua a ser induzida pela redução da inflação de bens alimentares, em particular na província de Luanda.

No domínio monetário, a base monetária em moeda nacional contraiu 2,06% no mês de Junho, após ter contraído 3,71% em Maio, contribuindo para a contracção acumulada de 10,87%. Comparativamente ao período homólogo, a Base Monetária contraiu 2,17%.

Por sua vez, o agregado monetário M2, em moeda nacional, expandiu 1,80% no mês de Junho de 2025, elevando a variação acumulada e homóloga para 6,50% e 10,78%, respectivamente.

 

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