As poupanças dos moçambicanos em depósitos a prazo atingiram em Maio um recorde de 302.564 milhões de meticais (4.067 milhões de euros), um aumento de 15% no último ano, segundo dados oficiais.
De acordo com um relatório estatístico do Banco de Moçambique, esses depósitos a prazo na banca moçambicana tinham atingido em Junho de 2024 os 264.709 milhões de meticais (3.558 milhões de euros), crescendo progressivamente, todos os meses, até ao final de maio deste ano.
Já os depósitos à ordem passaram de 377.783 milhões de meticais (5.077 milhões de euros) em junho de 2024 para 440.409 milhões de meticais (5.920 milhões de euros) em maio passado, neste caso um aumento de 16,5%.
Funcionam em Moçambique 15 bancos comerciais e 12 microbancos, além de cooperativas de crédito e organizações de poupança e crédito, entre outras.
O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique cortou no final de Julho, pela nona vez consecutiva, a taxa de juro de política monetária MIMO, em 75 pontos percentuais, que assim caiu para 10,25%, anunciou o governador, Rogério Zandamela.
“Esta medida decorre, essencialmente, da contínua consolidação das perspectivas da inflação em um dígito, no médio prazo, reflectindo, em parte, a tendência favorável dos preços internacionais de mercadorias, não obstante a manutenção, a nível doméstico, de riscos e incertezas associados às projecções”, disse o governador, em conferência de imprensa, em Maputo, no final da reunião do CPMO, que se realiza a cada dois meses.
A taxa de juro directora em Moçambique esteve fixada em 17,25% desde Setembro de 2022, após a intervenção do banco central, que depois iniciou cortes consecutivos a partir de 31 de Janeiro de 2024, quando reduziu para 16,5%.
Zandamela, citado pela Lusa, acrescentou que, para o médio prazo, se antevê “uma recuperação gradual da actividade económica” em Moçambique, excluindo a produção do gás natural liquefeito, “favorecida, em parte, pela redução das taxas de juro e pelas perspectivas de implementação de projectos em áreas estratégicas”.
Segundo a comunicação feita por Rogério Zandamela, “os riscos e incertezas associados às projecções da inflação mantêm-se elevados” e destacam-se “como prováveis fatores do aumento da inflação, no médio prazo, os impactos do agravamento da situação para o Orçamento do Estado, as incertezas quanto à velocidade da reposição da capacidade produtiva e da oferta de bens e serviços e os efeitos dos choques climáticos”.