Barra do Dande acelera industrialização com assinatura de contratos para cereais e óleos alimentares

A economia angolana deu mais um passo firme rumo à industrialização com a assinatura, na última Quinta-feira, 14 de Agosto, dos primeiros contratos de investimento da Zona Franca de Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande, no Bengo. A cerimónia marcou o arranque formal de dois empreendimentos considerados “core” para a estratégia de diversificação económica: a…
ebenhack/AP
Numa acção estratégica, a Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande assinou os primeiros contratos de investimento da Zona Franca de Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande, com um valor conjunto que ultrapassa os 64,7 milhões de dólares.
Economia

A economia angolana deu mais um passo firme rumo à industrialização com a assinatura, na última Quinta-feira, 14 de Agosto, dos primeiros contratos de investimento da Zona Franca de Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande, no Bengo. A cerimónia marcou o arranque formal de dois empreendimentos considerados “core” para a estratégia de diversificação económica: a Reserva Nacional de Cereais e a Refinaria de Óleos Alimentares.

Segundo uma nota a que a FORBES ÁFRICA LUSÓFONA teve acesso, o primeiro contrato, celebrado com a Global Grain Angola – Comércio e Indústria, prevê a construção da Reserva Nacional de Cereais num investimento inicial de mais de 34,7 milhões de dólares para a primeira fase.

O projecto contempla infra-estruturas com capacidade para armazenar anualmente cerca de 470 mil toneladas de produtos como milho, soja, trigo e arroz. A obra, que ocupará 250 mil metros quadrados (25 hectares), deverá estar concluída em 24 meses e criará 212 empregos directos e 636 indirectos.

Já o segundo contrato, assinado com a Refrica Oils & Fats – Comércio e Indústria, destina-se à construção de uma refinaria de óleos alimentares, com a primeira fase avaliada em pouco mais de 29,9 milhões de dólares. Esta unidade fabril terá capacidade para produzir 105 mil toneladas anuais de óleo de soja, óleo de girassol e óleo de palma, contribuindo para suprir a procura interna e reduzir as importações. Com um prazo de execução igualmente fixado em 24 meses e uma área de 200 mil metros quadrados, o projecto deverá gerar 102 empregos directos e 306 indirectos.

As duas empresas, ambas de capital angolano, assumem assim um papel decisivo no desenvolvimento da Zona Franca, contribuindo para dinamizar a economia local e nacional.

“Estes investimentos são um marco para o Bengo e para Angola, pelo impacto directo na industrialização e na criação de empregos”, destacou o presidente do conselho de administração da SDBD, Adilson Gabriel Alves Catala, que juntamente com o administrador-executivo Roque de Lima Saraiva, formalizou a assinatura dos contratos. Do lado das empresas investidoras, o acto foi representado por Pushpendir DilipKumar Tewani.

Criada pelo Despacho Presidencial n.º 62/21 de 6 de Maio, a Zona Franca de Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande surge como peça-chave na estratégia de transformação económica do país, ao oferecer um ambiente regulatório e logístico favorável para atrair investimentos e fomentar a produção nacional.

Para a SDBD, este é apenas o primeiro passo de um plano mais amplo. A meta é consolidar o Bengo como um polo industrial e logístico capaz de abastecer o mercado interno, impulsionar as exportações e reduzir a dependência de produtos alimentares importados, um avanço com potencial de gerar impactos económicos e sociais duradouros.

Mais Artigos