Japão propõe mega zona económica entre África e o Índico para travar avanço da China

O Japão quer redesenhar o mapa das relações económicas globais com África. Na abertura da 9ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD), realizada em Yokohama, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, anunciou a proposta de criação de uma zona económica livre e justa, abrangendo o continente africano e o Oceano Índico. “Fortaleceremos a…
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Na nona edição da TICAD, em Yokohama, o primeiro-ministro Shigeru Ishiba lançou uma das mais ambiciosas propostas de cooperação económica entre África e a Ásia: a criação de uma zona económica comum, com foco em livre comércio, tecnologia e formação em inteligência artificial.
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O Japão quer redesenhar o mapa das relações económicas globais com África. Na abertura da 9ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD), realizada em Yokohama, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, anunciou a proposta de criação de uma zona económica livre e justa, abrangendo o continente africano e o Oceano Índico.

“Fortaleceremos a conectividade regional e construiremos uma zona económica livre e justa”, declarou Ishiba, sublinhando a necessidade de contrabalançar a crescente influência da China em África com uma aliança baseada em comércio, inovação e desenvolvimento sustentável.

O plano japonês prevê ainda a criação de um quadro de cooperação entre governos, indústrias e academia, para impulsionar a integração económica africana. Um dos pilares mais estratégicos será o investimento em capital humano. Tóquio, segundo a Lusa, anunciou que, nos próximos três anos, 30.000 africanos serão formados em inteligência artificial, através de um programa conjunto da Universidade de Tóquio, da Agência de Cooperação Internacional do Japão e de várias universidades africanas.

A TICAD, copresidida este ano pelo Japão e por Angola, decorre ao longo de três dias e reúne representantes de cerca de 50 países e organizações internacionais. Estima-se que ultrapasse os 10.000 participantes, transformando Yokohama num centro de debates sobre paz, estabilidade, comércio, alterações climáticas, saúde e mobilidade de jovens talentos.

A conferência será concluída com a aprovação da “Declaração de Yokohama”, cujos resultados deverão ser apresentados conjuntamente por Shigeru Ishiba e pelo Presidente de Angola, João Lourenço, reforçando a posição estratégica de Luanda como parceiro-chave na cooperação entre África e o Japão.

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