Angola enfrenta aumento preocupante de novas infecções por VIH

Angola continua entre os poucos países da região da África Austral onde o número de novas infecções por VIH está em crescimento. Segundo dados da Rede Angolana de Organizações de Serviços de SIDA, Tuberculose e Malária (ANASO), o país regista, em média, 28 mil novas infecções anuais e cerca de 13 mil mortes relacionadas à…
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Com mais de 350 mil pessoas vivendo com o vírus e 13 mil mortes por ano. Presidente da ANASO alertam que o país pode entrar numa situação alarmante se não reforçar a resposta nacional à epidemia.
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Angola continua entre os poucos países da região da África Austral onde o número de novas infecções por VIH está em crescimento. Segundo dados da Rede Angolana de Organizações de Serviços de SIDA, Tuberculose e Malária (ANASO), o país regista, em média, 28 mil novas infecções anuais e cerca de 13 mil mortes relacionadas à SIDA.

O alerta foi dado por António Coelho, presidente da ANASO, após audiência com a vice-presidente da República, Esperança da Costa, em Luanda, sublinhando que, apesar de a taxa de prevalência se manter em 2%, o crescimento populacional – de 15 para 35 milhões de habitantes em apenas cinco anos – faz aumentar o número absoluto de pessoas a viver com VIH.

Actualmente, Angola contabiliza cerca de 350 mil pessoas com VIH, das quais 200 mil são mulheres, 32 mil são crianças (0-14 anos) e 36 mil são jovens.

Estes dados confirmam que a epidemia tem um rosto feminino e juvenil, agravando o impacto social e económico, sobretudo em comunidades vulneráveis e com acesso limitado a serviços de saúde.

Segundo a ANASO, um dos principais riscos está na redução do apoio internacional. A diminuição de fundos destinados à saúde tem afetado programas comunitários e a disponibilidade de insumos críticos como antirretrovirais, testes, reagentes e preservativos.

Para António Coelho, citado numa nota de imprensa do Governo de Angola, a continuidade desta tendência pode colocar o país em situação alarmante, comprometendo avanços obtidos ao longo das últimas décadas.

Apesar dos riscos, o presidente da ANASO afirmou ter recebido garantias da vice-presidente da República de que as autoridades estão empenhadas em assegurar financiamento e apoiar o trabalho das organizações da sociedade civil.

Num momento em que vários países da região estão a registar progressos no combate ao VIH, a situação angolana levanta uma questão crítica: será o país capaz de mobilizar recursos internos suficientes para sustentar a resposta, sem depender excessivamente de fundos externos?

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