O Governo moçambicano e a Al Mansour Holding, conglomerado sediado no Qatar, formalizaram esta Terça-feira, 26, em Maputo, um acordo de cooperação estratégica avaliado em 20 mil milhões de dólares.
A parceria abrange um conjunto vasto de sectores, desde a agricultura, pecuária e pescas, até ao petróleo e gás, energias renováveis, construção de estradas, caminhos-de-ferro e centros logísticos, além da edificação de hospitais e habitações sociais.
Segundo a Presidência da República de Moçambique, o entendimento inclui ainda investimentos nas áreas social e turística, com a construção de escolas, hotéis e resorts, bem como projetos costeiros sustentáveis.
Durante a cerimónia, Sheikh Mansour Al Thani, representante da Al Mansour Holding e membro da família governante do Qatar, destacou o carácter transformador da iniciativa. “Estamos unidos por um destino comum: transformar a riqueza natural e o talento humano em motores de desenvolvimento que perdurem por gerações”, disse.
O responsável frisou que os investimentos visam criar empregos imediatos, capacitar os jovens e garantir um legado duradouro de prosperidade partilhada. “O desenvolvimento sustentável é a mais forte garantia de prosperidade duradoura e juntos iremos construí-lo”, afirmou.
Al Thani apelou ainda a uma maior aproximação entre Moçambique e o Qatar, defendendo uma visão conjunta em que África e Médio Oriente cresçam lado a lado, impulsionados pela inovação e pela participação activa da juventude.
O megaprojecto de 20 mil milhões de dólares reforça a tendência de crescente envolvimento de capitais do Médio Oriente em África, sobretudo em sectores estratégicos como energia, infra-estruturas e agricultura. Para Moçambique, a parceria representa uma oportunidade de acelerar a diversificação económica e colmatar défices estruturais, mas também levanta desafios: a capacidade de absorção do investimento, a transparência na execução dos projectos e a garantia de que os benefícios chegam efetivamente às comunidades.
A magnitude do acordo coloca Moçambique num novo patamar de atractividade regional, mas o seu impacto dependerá da governança e da eficácia na transformação de capital em desenvolvimento sustentável.
*Com Lusa