Angola inaugura refinaria de Cabinda e reforça soberania energética

A inauguração da primeira fase da Refinaria de Cabinda, presidida esta Segunda-feira, 01 de Setembro, por João Lourenço, marca um ponto de viragem na estratégia energética de Angola e reforça a aposta do Executivo na transformação local dos recursos. Na ocasião, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, sublinhou que a unidade…
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Com a inauguração hoje pelo Presidente da República, João Lourenço, da primeira fase da infra-estrutura, o país dá um passo histórico rumo à autossuficiência em combustíveis e à valorização interna do petróleo.
Economia

A inauguração da primeira fase da Refinaria de Cabinda, presidida esta Segunda-feira, 01 de Setembro, por João Lourenço, marca um ponto de viragem na estratégia energética de Angola e reforça a aposta do Executivo na transformação local dos recursos.

Na ocasião, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, sublinhou que a unidade “é muito mais do que uma refinaria: é a prova de que, com liderança política, coragem institucional e competência técnica, Angola pode produzir, transformar e desenvolver os seus recursos, preservando a soberania”.

O governante recordou o cenário herdado em 2017, caracterizado por declínio da produção, fraca atractividade de investimento, ausência de um quadro regulatório moderno e insuficiência estrutural de capacidade de refinação. “Hoje temos um sector estável, mais transparente e competitivo, que atrai investimentos e reposiciona Angola no contexto energético africano e mundial”, afirmou.

A Refinaria de Cabinda é a primeira construída de raiz desde a independência. Nesta primeira fase serão produzidos diariamente 30 mil barris de petróleo, sendo que na segunda atingirá uma capacidade de 60 mil barris por dia. Para além de reduzir a dependência de importações, deverá dinamizar a economia local, gerar empregos e contribuir para a autossuficiência em combustíveis.

Ministro Diamantino Azevedo garante que Angola tem hoje um sector petrolífero estável, mais transparente e competitivo. (Foto: DR)

“Contra a descrença, vencemos com resultados”

O projecto não esteve imune a obstáculos. Divergências entre os primeiros promotores, a pandemia da Covid-19, a guerra na Ucrânia e desafios logísticos no Porto de Ponta Negra foram alguns dos factores que atrasaram a execução. “Mas nada travou a determinação de Angola. Contra a descrença, vencemos com trabalho; contra a desinformação, vencemos com transparência; e contra a dúvida, vencemos com resultados”, destacou Diamantino Azevedo.

Sobre a estrutura accionista, o ministro esclareceu que, embora a Gemcorp detenha 90% e a Sonangol 10% da sociedade, o modelo de negócio garante que o petróleo e os derivados permanecem sob controlo do Estado. “A verdadeira soberania não se mede em percentagens accionistas, mede-se na capacidade de decisão política e de regulação”, frisou, comparando com o exemplo norte-americano, onde refinarias privadas ou estrangeiras não colocam em causa a soberania energética dos Estados Unidos.

Com esta inauguração, Angola dá mais um passo na execução da sua Estratégia de Refinação e Petroquímica, que inclui também a modernização da Refinaria de Luanda, a revisão do projecto da Refinaria do Soyo, o reinício das obras na do Lobito e o desenvolvimento de pólos petroquímicos.

“A Refinaria de Cabinda confirma a capacidade de Angola em concretizar grandes realizações, fortalece a confiança no caminho que seguimos e projecta-nos para um horizonte de maior prosperidade”, concluiu o ministro.

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