O vice-presidente da Associação das Empresas Autóctones para a Indústria Petrolífera de Angola (ASSEA), Paulo Maurício, espera que o Governo angolano contrate mais empresas locais para prestar serviços na Refinaria de Cabinda, inaugurada recentemente pelo Presidente da República, João Lourenço.
Em entrevista à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, à margem da Conferência e Exposição Angola Oil & Gas 2025, que termina esta Sexta-feira, em Luanda, o vice-presidente assegurou haver um progresso no que diz respeito à valorização do conteúdo local.
“Hoje, nós sentimos uma maior sensibilidade neste sentido, porque o conteúdo local é a força verdadeira para a dinamização da indústria petrolífera em Angola. Continuamos a ter um grande fóssil, nós ficamos apenas com 2% da produção da indústria”, lamentou.
Paulo Maurício sustentou que a nova refinaria vai permitir travar a importação e impulsionar o conteúdo local, gerando mais postos de trabalho.
“Uma coisa é certeza, vamos ter maior acesso ao produto, que é combustível”, afirmou, defendendo a abertura de mais espaços para as empresas nacionais.
A refinaria de Cabinda resulta de uma parceria entre o investidor privado Gemcorp e a empresa pública Sonangol, reforçando o papel do investimento privado como alavanca para acelerar o desenvolvimento económico e industrial do país, sendo um marco histórico para a indústria petrolífera nacional e para a segurança energética de Angola.
A unidade está concebida para atingir, na sua segunda fase, uma capacidade de processamento de 60 mil barris de petróleo por dia.
A infra-estrutura prevê produzir gasóleo, combustível de aviação, fuel óleo pesado e nafta, reduzindo a dependência das importações e vai assegurar o abastecimento nacional de produtos essenciais à mobilidade, produção de energia e desenvolvimento industrial.
Nesta primeira fase, foram investidos 473 milhões de dólares, dos quais 138 milhões disponibilizados pela Sonangol e Gemcorp e 335 milhões de financiamento sindicado junto da Africa Finance Corporation (AFC), African Export-Import Bank (Afreximbank), Industrial Development Corporation (IDC), Arab Bank for Economic Development in Africa (BADEA) e Banco de Fomento Angola (BFA).
As obras da segunda fase já estão em curso, visando consolidar Angola como produtor e refinador de petróleo com maior autonomia e resiliência.
De acordo com a programação técnica, o início comercial de funcionamento da refinaria é precedido de um período de testes de cerca de três meses.




