Iinvestimento directo estrangeiro em Angola cai 40% no segundo trimestre – Banco Millenium Atlântico

O investimento directo estrangeiro em Angola caiu 40% no segundo trimestre, penalizado pelo petróleo, mas houve também moderação nas saídas de capital, que os analistas do Banco Millenium Atlântico destacam como sinal da evolução do ambiente de negócios. Segundo os dados do Banco Nacional de Angola compilados pelo Atlântico, o país captou 1,52 mil milhões de…
ebenhack/AP
Segundo os dados do Banco Nacional de Angola compilados pelo Atlântico, o país captou 1,52 mil milhões de dólares em IDE no segundo trimestre de 2025, menos 40% em termos homólogos, influenciado pela queda no sector petrolífero, que recuou 42,96% para 1,42 mil milhões de dólares.
Economia

O investimento directo estrangeiro em Angola caiu 40% no segundo trimestre, penalizado pelo petróleo, mas houve também moderação nas saídas de capital, que os analistas do Banco Millenium Atlântico destacam como sinal da evolução do ambiente de negócios.

Segundo os dados do Banco Nacional de Angola compilados pelo Atlântico, o país captou 1,52 mil milhões de dólares em IDE no segundo trimestre de 2025, menos 40% em termos homólogos, influenciado pela queda no sector petrolífero, que recuou 42,96% para 1,42 mil milhões de dólares.

Em contrapartida, o sector não petrolífero deu um contributo positivo, com um aumento de 120% para 98,6 milhões de dólares. No acumulado do primeiro semestre, o IDE somou 4,25 mil milhões de dólares, dos quais 92% ligados ao petróleo. No mesmo período, as saídas de IDE diminuíram 54% para 940,7 milhões de dólares, o valor mais baixo desde 2015, explicadas pelo desinvestimento mais reduzido no sector petrolífero.

O banco sublinha que esta moderação “demonstra evolução satisfatória do ambiente de negócios”, num contexto de preços baixos e capacidade de produção petrolífera limitada. Apesar da desaceleração, o saldo líquido de IDE atingiu 576,6 milhões de dólares, superior aos 468,3 milhões de dólares do período homólogo e o mais elevado desde o primeiro trimestre de 2016.

Segundo os analistas, a tendência é explicada mais pela redução das saídas do que pelo aumento das entradas, mas os efeitos são relevantes: reforço da confiança dos investidores, menor pressão sobre o mercado cambial, sinais de rentabilidade mais elevada dos investimentos e contributo para a estabilidade e crescimento económico no médio prazo.

No período em análise, assistiu-se à saída de 62,41 milhões de dólares de IDE de angolanos no resto do mundo, acima dos 6,27 milhões de dólares do período homólogo, liderada pela saída do investimento do sector petrolífero, enquanto no sector não petrolífero assistiu-se a saídas de 18,63 milhões de dólares (+197,10%).

O incremento no montante desmobilizado no segundo trimestre seguiu-se à saída de 16,87 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2025, indicando que, no total do semestre, o desinvestimento de nacionais no exterior chegou a 79,3 milhões de dólares.

A análise salienta que, desde 2021, o Banco Nacional de Angola não regista novos investimentos de angolanos no estrangeiro. De acordo com os dados do Relatório de Investimento Mundial da Agência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), referente a 2024, diz a Lusa, Angola detinha um ‘stock’ de IDE de 12,14 mil milhões de dólares, abaixo dos máximos de 32,46 mil milhões de dólares registados em 2010.

Mais Artigos