Sete anos após a última contagem, Moçambique prepara-se para realizar um novo Censo aéreo de elefantes e de grandes mamíferos, com o objectivo de actualizar o número de efectivos e a sua distribuição pelo território nacional.
A operação, que deveria ser conduzida de cinco em cinco anos, enfrenta atrasos motivados pela escassez de recursos financeiros, mas deverá arrancar ainda este mês e prolongar-se até Dezembro.
“Em princípio, devia ser de cinco em cinco anos, mas temos tido falta de recurso para a sua efectivação. Creio que, assim que arrancarmos, vamos cumprir com o nosso plano”, afirmou Severiano Khoy, director-geral adjunto da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), durante um seminário em Maputo.
Segundo a Lusa, o Censo Nacional de Elefantes e Grandes Mamíferos contará com o apoio de parceiros internacionais e procura responder a preocupações crescentes quanto à preservação da biodiversidade. O levantamento ganha maior relevância após os dados de 2018 terem revelado uma queda de 13% na população de elefantes, passando de 10.496 indivíduos em 2014 para 9.122, em resultado da caça furtiva e de fenómenos naturais.
Samiro Magane, coordenador do Programa de Conservação da Biodiversidade na Biofund, destacou a vulnerabilidade particular da Reserva do Niassa, “uma das que mais sofreu porque tinha o maior potencial em termos de população de elefantes”.
Embora sem orçamento oficialmente divulgado, sabe-se que o exercício depende fortemente do financiamento sueco, considerado “essencial” para viabilizar a iniciativa. O responsável sublinhou ainda que se trata de um “trabalho caro”, dada a necessidade de avionetas e de uma logística complexa.
Para Magane, o Censo é “fundamental” não apenas para avaliar o estado das espécies de grande valor económico, mas também para orientar políticas de conservação que podem ter impacto no desenvolvimento sustentável e no posicionamento de Moçambique no mercado global de turismo de natureza.