Um total de 130 mil alunos e oito mil professores do ensino básico ao secundário regressa às aulas na Segunda-feira em Cabo Verde, num contexto de estabilidade no número de estudantes e consolidação das reformas curriculares.
“Estamos perante um cenário de estabilização do número de alunos no sistema educativo nacional. Teremos aproximadamente 130 mil inscritos no ano 2025/2026, praticamente igual ao do ano passado, e cerca de oito mil professores no ensino básico e secundário”, anunciou o ministro da Educação, Amadeu Cruz, numa conferência de imprensa na Praia.
Segundo o responsável, no ensino pré-escolar estão inscritos cerca de 14 mil alunos, no básico cerca de 83 mil e no secundário aproximadamente 30 mil, com 500 professores a mais do que no ano passado.
O ministro destacou que a reforma curricular do ensino básico se mantém estável, sem alterações de disciplinas, carga horária, programas ou manuais. No ensino secundário, concluída a reforma no ano lectivo anterior, os manuais do primeiro ao décimo segundo ano estão a ser distribuídos progressivamente, incluindo versões digitais para os anos finais.
“Nós concluímos, pela primeira vez em Cabo Verde, um processo de reforma abrangente, do primeiro ao décimo segundo ano de escolaridade. Esta incidiu sobre os programas curriculares, a matriz curricular e o processo de avaliação das aprendizagens, e está a incidir actualmente sobre a formação contínua de professores. Podemos dizer que não há grandes novidades em termos pedagógicos”, afirmou.
Entre as medidas para este ano lectivo estão a proibição do uso de telemóveis do primeiro ao oitavo ano, a implementação de planos adaptados para alunos com necessidades educativas especiais e o reforço do plano nacional de formação de professores, incluindo incentivos para docentes sem licenciatura.
O ministério garantiu ainda a preparação das infra-estruturas escolares, incluindo obras de remodelação de cozinhas e casas de banho em cerca de 60 escolas, e a recuperação das escolas afectadas pela tempestade de 11 de Agosto que provocou nove mortos em São Vicente e estragos em Santo Antão e São Nicolau.
A acção social escolar, transporte e cantinas funcionarão desde o primeiro dia de aulas, apesar de alguns desafios logísticos nas ilhas mais afectadas.
“Os produtos alimentares básicos já estão na generalidade dos concelhos, assim como os kits escolares”, garantiu o ministro, citado pela Lusa.