BAD e UNFPA discutem reforço do investimento na juventude em África

O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Sidi Ould Tah, recebeu esta semana a directora executiva do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), Diene Keita, na sua primeira visita oficial ao Banco desde a sua nomeação em Agosto. Os dois, que se reuniram na sede do Banco em Abidjan, discutiram formas de…
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“Hoje, temos a oportunidade de mudar o paradigma e trazer uma nova dimensão à parceria entre o UNFPA e o BAD”, afirma o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento.
Economia

O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Sidi Ould Tah, recebeu esta semana a directora executiva do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), Diene Keita, na sua primeira visita oficial ao Banco desde a sua nomeação em Agosto.

Os dois, que se reuniram na sede do Banco em Abidjan, discutiram formas de reforçar ainda mais a colaboração e promover o investimento na juventude e nas mulheres em todo o continente africano.

Segundo uma nota publicada no website do BAD consultado pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, as suas discussões centraram-se em questões críticas de desenvolvimento social, incluindo o aumento da população jovem em África, a saúde familiar, a educação e o emprego.

Durante a reunião bilateral, Ould Tah, que assumiu o cargo a 1 de setembro, enfatizou a importância das parcerias e da relação existente entre o Banco e esta agência da ONU, que começou em 1988. Esta parceria foi posteriormente consolidada em 1992, com a assinatura de um memorando de entendimento, e as duas instituições têm colaborado em vários projectos desde então.

Aprofundar as parcerias e acelerar soluções reais são duas das quatro prioridades fundamentais do Ould Tah para os seus primeiros 100 dias no cargo. “Estou muito satisfeito com a qualidade da parceria que já existe entre o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento e o UNFPA”, afirmou.

Keita, que ocupa o cargo de subsecretária-geral, foi nomeada diretora executiva com efeito a partir de 29 de Agosto de 2025 pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.

Ao saudar o Secretário-Geral Guterres pela sua confiança em Keita, o presidente Ould Tah também a elogiou pela nomeação.

“Gostaria de felicitar o secretário-geral das Nações Unidas pela sua nomeação para liderar o UNFPA, especialmente nestes tempos difíceis, em que precisamos de conhecimentos especializados, empenho e capacidade para desenvolver parcerias”, afirmou Ould Tah.

O presidente do Banco destacou exemplos notáveis de parceria entre as duas organizações em África, como o programa ‘2 Hours for Life’ implementado no Benim, Togo e Costa do Marfim, que utiliza drones em áreas remotas para eliminar atrasos nos cuidados obstétricos de emergência.

“Hoje, temos a oportunidade de mudar o paradigma e trazer uma nova dimensão à parceria entre o UNFPA e o Banco Africano de Desenvolvimento, nomeadamente tornando estas duas instituições o núcleo de uma ampla parceria para todos os outros parceiros envolvidos em questões relacionadas com a juventude e as mulheres, a saúde materna e infantil”, afirmou.

Por seu lado, Keita reiterou a importância das parcerias para enfrentar a crise do multilateralismo e a necessidade de mobilizar recursos internacionalmente para os seus mandatos conjuntos. Destacou várias áreas propostas para colaboração, incluindo juventude, financiamento da saúde, empoderamento das mulheres, resiliência climática, paz e segurança.

“É imperativo trabalhar com o Banco e abrir esta futura parceria com todas as agências que trabalham em conjunto. Estamos preocupados com a população e a saúde materna, e devemos trabalhar juntos para garantir que estas questões sejam abordadas”, afirmou Keita.

Ould Tah anunciou que uma equipa do Banco Africano de Desenvolvimento trabalharia em conjunto com o UNFPA para desenvolver um novo documento-quadro de parceria, a fim de identificar projectos-piloto, “provavelmente começando pela Costa do Marfim, que é o nosso país anfitrião”.

O novo líder do Banco Africano de Desenvolvimento reiterou ainda a sua convicção sobre o papel fundamental das parcerias para realizar o trabalho:

“Acredito que a nossa ação conjunta nos permitirá mobilizar muitos outros parceiros que estão comprometidos com estas questões, especialmente com esta nova abordagem muito mais pragmática. Precisamos de soluções reais que não podem ser soluções parciais”, afirmou.

 

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