Moçambique vendeu 567,7 milhões de dólares em gás natural no primeiro trimestre, um aumento homólogo de 28%, destronando o carvão na liderança das exportações moçambicanas, indicam dados oficiais.
“O incremento nas receitas do gás natural é explicado pelo aumento do volume exportado na área 4 da bacia do Rovuma, conjugado com a subida do preço médio no mercado internacional em 12,8%”, refere o relatório da balança de pagamentos do primeiro trimestre de 2025, do Banco de Moçambique.
As vendas de carvão mineral, historicamente o produto mais exportado por Moçambique, caíram no primeiro trimestre 35%, face ao mesmo período de 2024, para 300,8 milhões de dólares, devido, nomeadamente, “à paralisação de algumas minas bem como à rutura na linha férrea, resultantes das intempéries que afetou o escoamento da produção”, no centro do país.
As manifestações pós-eleitorais, que se prolongaram durante o primeiro trimestre deste ano, “nomeadamente os bloqueios das vias que condicionaram a movimentação” dos trabalhadores, também afetaram a produção, reconhece o documento, bem como “a queda do preço médio” do carvão no mercado internacional, em 6%.
O alumínio também ultrapassou o carvão neste período no volume de exportações por Moçambique, chegando a 380,7 milhões de dólares, um aumento homólogo de 88,3%.
“A melhoria nas receitas de alumínio deveu-se tanto ao aumento do volume exportado (45%) como do preço médio no mercado internacional (14%)”, lê-se no relatório.
O Estado moçambicano cobrou até Junho 210 milhões de dólares da exploração de petróleo e gás natural, receitas aplicadas no Fundo Soberano de Moçambique (FSM), mais do que em todo o ano de 2024, conforme noticiado em agosto pela Lusa.
Dados do balanço económico e social da execução do Orçamento do Estado de Janeiro a Junho, do Ministério das Finanças, indicam que essas receitas incluem 164,69 milhões de dólares de 2024, e 45,24 milhões de dólares do primeiro semestre.
“Foram depositados na Conta Transitória sediada no Banco de Moçambique, nos termos do Artigo 6 da Lei n.º 1/2024 de 09 de Janeiro que cria o Fundo Soberano de Moçambique”, lê-se no documento.