Moçambique atrai investimento com o Aman e muda narrativa de turismo de luxo africano

Moçambique marca um momento decisivo no panorama do turismo africano. Com a inauguração do primeiro resort da Aman na África Subsariana, localizado na reserva de Karingani e Pomene, na província de Gaza, o país eleva-se como destino de eleição para viajantes que buscam luxo, natureza e impacto. O resort, fruto de um investimento estimado em…
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O primeiro resort Aman na África Subsariana sinaliza uma nova era para o turismo moçambicano, combinando retorno económico, desenvolvimento sustentável e posicionamento internacional de alto padrão.
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Moçambique marca um momento decisivo no panorama do turismo africano. Com a inauguração do primeiro resort da Aman na África Subsariana, localizado na reserva de Karingani e Pomene, na província de Gaza, o país eleva-se como destino de eleição para viajantes que buscam luxo, natureza e impacto.

O resort, fruto de um investimento estimado em 150 milhões de dólares, é liderado por capitais norte-americanos e dos Emirados Árabes Unidos, com o apoio do governo moçambicano e da Impact Preservation Partners. Prevê-se que a construção seja concluída em dois anos e que gere cerca de 400 postos de trabalho diretos, ao mesmo tempo que contribui para o desenvolvimento de infraestruturas locais, conservação ambiental e formação profissional.

Desde 2023 que «o turismo moçambicano entrou num ciclo de recuperação robusta, já recebeu mais de 1,1 milhões de visitantes estrangeiros, dos quais cerca de dois terços chegaram com fins de lazer. O sector contribuiu com aproximadamente 4% do PIB nacional, um crescimento significativo face aos 2,4% registados em 2021. As receitas ultrapassaram os 221 milhões de dólares, mais 10% do que no ano anterior, ainda que permaneçam abaixo do auge pré-pandemia, em 2019, quando Moçambique recebeu perto de 2 milhões de visitantes internacionais, sinalizando espaço para expansão e consolidação.

Para quem procura este tipo de experiência, o público-alvo é exigente e cosmopolita. Geralmente entre os 40 e os 60 anos, mas com uma fatia crescente de clientes mais jovens, este perfil de Luxury Seekers dispõe de elevado poder aquisitivo, formação superior e cargos de liderança, estando disposto a investir em experiências transformadoras que combinem privacidade, design elegante, autenticidade cultural e ligação genuína à natureza. Mais do que luxo pelo luxo, procura significado, experiências que fiquem na memória e que criem um sentido de pertença. E é aqui onde tudo faz match.

O Aman, fundado em 1988 pelo visionário indonésio Adrian Zecha, é hoje sinónimo de luxo discreto, exclusividade e conexão com a natureza. Cada resort é cuidadosamente integrado na paisagem local, combinando design minimalista, conforto máximo e experiências personalizadas que valorizam a cultura e a história do destino. Com presença em destinos icónicos da Ásia, Europa, Médio Oriente e América, a marca é reconhecida pelo seu compromisso com bem-estar, privacidade e autenticidade. A chegada do Aman a Moçambique representa não apenas a expansão da marca na África Sub-Sahariana, mas também uma oportunidade única para o país afirmar-se como destino de luxo sustentável, capaz de oferecer experiências exclusivas que unem natureza, cultura e conforto de classe mundial.

Com localização estratégica na Karingani Game Reserve, uma área de conservação natural de 150.000 hectares que faz fronteira com o Parque Nacional do Kruger, o resort pode oferecer experiências diferenciadas onde a natureza e o ambiente selvagem são parte da narrativa de luxo. Ao mesmo tempo, alinha-se com os compromissos de sustentabilidade que este novo perfil de cliente valoriza, transformando o turismo em força de conservação ambiental e de desenvolvimento local. Com o governo moçambicano a investir em infraestruturas, a desburocratizar processos como os vistos eletrónicos e a reforçar os incentivos ao investimento, o ambiente torna-se cada vez mais favorável ao turismo de alto padrão.

 

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