“Ela não pode crescer. Eu sei, tenho a certeza, que o Governo está a fazer tudo o que é possível para conter esta dívida a níveis razoáveis, para que não crie problemas à economia. Porque se ela continuar a crescer, ao ponto de atingir níveis preocupantes de insustentabilidade, poderá causar problemas”, alertou Zandamela.
O governador do Banco de Moçambique respondia aos jornalistas após a reunião do Comité de Política Monetária (CPMO), que se realiza a cada dois meses, sublinhando a importância do trabalho para a contenção do impacto do crescimento do endividamento, sobretudo interno.
“Sim, ela tem um impacto sobre o crescimento económico, não pode crescer infinitamente. Há um momento em que tem que ser acautelado, com medidas apropriadas, medidas de receitas, medidas de despesas, todo o tipo de ajustes que são necessários para poder reduzir, conter ou mitigar o crescimento desta dívida”, disse ainda Rogério Zandamela.
A reunião do CPMO, como as anteriores, concluiu que a “pressão sobre o endividamento público interno continua a agravar-se”, reconhecendo um “impacto no funcionamento normal do mercado de títulos do Estado”.
“A dívida interna, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situam-se em 454,4 mil milhões de meticais [6.061 milhões de euros], o que representa um aumento de 38,8 mil milhões de meticais [517,5 milhões de euros] em relação a dezembro de 2024”, alertou ainda o governador, citado pela Lusa.