O antigo Presidente da República Democrática do Congo Joseph Kabila foi condenado à morte pelo Supremo Tribunal Militar do país por ter alegadamente cometido vários crimes, incluindo traição, crimes contra a humanidade, homicídio, abuso sexual, tortura e insurreição.
A sentença foi o culminar de um processo que se iniciou em Julho deste ano, tendo decorrido na sua totalidade com Kabila em parte incerta.
O ex-Presidente é acusado pelas forças do governo da RDC de estar a colaborar com as forças rebeldes apoiadas pelo Ruanda — o chamado Movimento 23 de Março –, que realizaram uma ofensiva em janeiro deste ano e têm estado em conflito desde 2022.
Por ter entregue o poder de forma pacífica, Kabila foi o primeiro ex-Presidente a tornar-se senador vitalício na RD Congo — um cargo que lhe deu imunidade parlamentar.
Porém, em maio deste ano, este privilégio foi retirado pelo próprio Senado. Esta medida foi então criticada fortemente pelo ex-líder, que dizia que o sistema judicial estava a ser usado para “fins políticos“.
Kabila foi Presidente da República Democrática do Congo por vinte anos e sucedeu ao pai, Laurent-Désiré Kabila, no cargo, depois de este ter sido assassinado.
Após ceder o poder ao atual Presidente Félix Tshisekedi, diz a Lusa, Kabila acabou por sair do país em 2023, com o pretexto de tirar um doutoramento na África do Sul que se tornou num exílio auto-imposto.