Após dois anos de requalificação, com laboratórios projectados para garantir o futuro da investigação e conservação do acervo, o centenário Museu de História Natural de Maputo foi reinagurado.
O director-geral da Agência Italiana de Cooperação para Desenvolvimento (AICS), Marco Rusconi, destacou o compromisso com a educação e a ciência do Governo de Itália, que financiou a intervenção, avaliada em 4,2 milhões de euros.
“Moçambique dispõe agora de um Museu de História Natural renovado e moderno, projectado para o futuro da investigação e conservação”, disse Marco Rusconi.
Reabilitado através de uma parceria entre os governos dos dois países, o museu é descrito como um símbolo da cooperação entre Itália e Moçambique, esperando-se que reforce as investigações sobre a biodiversidade moçambicana, ao mesmo tempo que permite conhecer e valorizar o património natural do país.
A iniciativa foi realizada no âmbito do programa de Recursos, Inovação e Desenvolvimento para as áreas de conservação, através da sua componente de Conservação e Renovação da Biodiversidade em Moçambique, que promove iniciativas de valorização, reabilitação, preservação e conservação da biodiversidade marinha e terrestre.
O projecto, que incluiu igualmente a criação de um Centro de Conservação da Biodiversidade, foi coordenado pelo Polo Museale da Universidade Sapienza de Roma, em parceria com a Estação Zoológica Anton Dohrn e a ONG WeWorld.
Entre os destaques das intervenções arquitetónicas realizadas é apontada a instalação de painéis solares e um elevador, a instalação de um novo sistema de iluminação, a recuperação do teto e a instalação de sistema de climatização, bem como a construção de casas de banho internas.
Conta agora, também, com novas áreas temáticas, incluindo uma sala etnográfica com cerca de 500 objectos ligados às práticas culturais de diversos povos moçambicanos, abrangendo arte, escultura, música, ourivesaria, cerâmica e cestaria, complementada por um acervo fotográfico histórico.
O museu, diz a Lusa, foi fundado em 1911 e instalado desde 1933 num edifício histórico de estilo Manuelino, do período colonial português, apresentado como um dos monumentos mais emblemáticos do país, tendo encerrado em outubro de 2023 para estas obras.