A taxa de juro de referência para o crédito em Moçambique vai manter-se inalterada em Outubro, nos 16,5%, divulgou nesta Terça-feira a Associação Moçambicana de Bancos (AMB), que assim não acompanha a descida decidida pelo banco central.
Desde Janeiro de 2024 que a taxa, conhecida como ‘prime rate’, tem vindo progressivamente a descer, após seis meses consecutivos em máximos de 24,1%.
As oscilações da ‘prime rate’ estão associadas à taxa de juro de política monetária (taxa MIMO, que influencia a fórmula de calculo da ‘prime rate’) pelo banco central, para controlar a inflação.
Em Agosto tinha descido para 17,20% e em Setembro para 16,5%, mantendo-se inalterada durante o mês de outubro por decisão da AMB.
Na Segunda-feira, o Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique cortou, pela décima vez consecutiva, a taxa de juro de política monetária MIMO, em 0,50 pontos percentuais, para 9,75%, anunciou o governador, Rogério Zandamela.
“Esta medida decorre essencialmente da manutenção das perspetivas da inflação em um dígito no médio prazo, reflectindo em parte a estabilidade da taxa de câmbio e a tendência favorável dos preços internacionais de mercadorias, não obstante a prevalência a nível doméstico de elevados riscos e incertezas associados às projecções”, disse o governador, em conferência de imprensa, em Maputo, no final da reunião do CPMO, que se realiza a cada dois meses.
A taxa de juro diretora em Moçambique esteve fixada em 17,25% desde Setembro de 2022, após a intervenção do banco central, que depois iniciou cortes consecutivos a partir de 31 de Janeiro de 2024, quando reduziu para 16,5%.
“O CPMO continuará com o processo de normalização da taxa mínimo no médio prazo, porém, em magnitudes modestas – eu diria cada vez mais modestas -, o ritmo e a magnitude continuarão a depender das perspectivas da inflação, bem como da avaliação de riscos e incertezas subjacentes às projecções do médio prazo”, disse ainda.
O governador, citado pela Lusa, recordou que este “processo de normalização” foi iniciado no início de 2024, com um prazo então estimado, e agora concretizado, de “24 a 36 meses”, acabando “beneficiando” famílias, empresas e o Estado, ao acumular uma descida de 700 pontos base.