O Governo de Moçambique estima que nos meses de violência pós-eleitoral foram destruídos 955 estabelecimentos, provocando o desemprego de 50 mil pessoas, assumindo o desafio actual de evitar que a economia entre em recessão.
Segundo o Plano de Recuperação e Crescimento Económico (Prece), a recessão técnica registada no último trimestre de 2024 e nos dois primeiros trimestres de 2025 é em grande parte justificada pelas manifestações pós-eleitorais, apontando que neste período registou-se a “paralisação parcial da economia e despedimentos massivos”.
No documento Governo recorda que o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do país “mostra uma tendência decrescente”, passando de um crescimento “robusto” de 5,58% no terceiro trimestre de 2024 para -5,68% no último trimestre, já com os efeitos das manifestações que se seguiram às eleições gerais de 09 de Outubro.
“O primeiro e o segundo trimestres de 2025 mostram uma recuperação gradual da economia, com a taxa de crescimento do PIB a situar-se em -3,92% e -0,94%, respectivamente, uma recuperação de 4,74 pontos percentuais em relação ao último trimestre de 2024. Este é um cenário de recessão técnica e necessita de uma abordagem estratégica para se evitar a materialização da recessão económica”, aponta ainda o documento.
O Governo moçambicano, diz a Lusa, pretende mobilizar 2.350 milhões de euros a curto e médio prazo para estimular a economia, nomeadamente face aos efeitos das alterações climáticas e da instabilidade política, prevê o Prece, aprovado em 16 de Setembro em Conselho de Ministros.