Cabo Verde lança Fundo Morabeza para dinamizar startups e atrair nómadas digitais

O Governo de Cabo Verde lançou, esta Segunda-feira, 6, o Fundo Morabeza, uma iniciativa avaliada em 24 milhões de euros com o apoio do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), destinada a impulsionar o arranque e a consolidação de empresas de base tecnológica no país. Para o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças e Economia Digital, Olavo…
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Aposta estratégica do Governo e do BAD visa acelerar a economia digital e reforçar o papel dos jovens e das mulheres na inovação em Cabo Verde. Com um investimento inicial de 24 milhões de euros, o Morabeza pretende impulsionar startups tecnológicas.
Economia

O Governo de Cabo Verde lançou, esta Segunda-feira, 6, o Fundo Morabeza, uma iniciativa avaliada em 24 milhões de euros com o apoio do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), destinada a impulsionar o arranque e a consolidação de empresas de base tecnológica no país.

Para o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças e Economia Digital, Olavo Correia, o Fundo Morabeza representa “mais uma pedra na construção de uma nação digital ancorada na juventude, na inovação, no conhecimento e no talento com capacidade empreendedora”.

Apresentado como um instrumento estratégico de fomento da economia digital, o fundo visa apoiar jovens empreendedores, promover a criação de startups e estimular o investimento em soluções tecnológicas desenvolvidas localmente – com ambição de as exportar e de posicionar Cabo Verde como destino preferencial para nómadas digitais. “Temos jovens empreendedores que precisam de um impulso financeiro. É o que estamos a trazer e que vai revolucionar o ecossistema das startups em Cabo Verde”, sublinhou Olavo Correia.

De acordo com as metas acordadas com o BAD, até 2028 o programa deverá permitir o aumento de 6% do investimento privado no sector, acolher mais 3.100 nómadas digitais, criar novos instrumentos de capital de risco e reforçar o apoio às micro e pequenas empresas, em articulação com instituições de microfinanças.

O Executivo cabo-verdiano projecta, com a execução do fundo, elevar a contribuição do sector digital para quase 7% do Produto Interno Bruto (PIB), gerar cerca de 20 mil empregos directos e indirectos, financiar 20 mil empresas, das quais 40% lideradas por jovens e mulheres, e estimular a criação de 5 mil novos negócios.

Embora o arranque conte com um financiamento inicial de 24 milhões de euros, o Governo espera ampliar os recursos até 156 milhões, fruto do interesse de parceiros internacionais como a União Europeia.

O Fundo Morabeza junta-se ao parque tecnológico – com pólos na Praia e no Mindelo – como uma das principais alavancas para o desenvolvimento do ecossistema tecnológico cabo-verdiano. A iniciativa inclui ainda a criação de um instituto de tecnologia vocacionado para a formação de recursos humanos em Cabo Verde e em África, consolidando o país como referência regional em inovação e transformação digital.

O projecto será igualmente submetido a novos mecanismos de financiamento no próximo quadro de cooperação de cinco anos com o BAD, e apresentado ao Banco Mundial, à União Europeia e a outros parceiros estratégicos.

 

*Com Lusa

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