Volume de negócios da Bolsa de Valores de Moçambique sobe 56% em 2024 e capitalização atinge novo máximo

A Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) encerrou o ano de 2024 com o maior volume de negócios da sua história, atingindo 34.528 milhões de meticais (cerca de 465 milhões de euros), segundo dados do Banco de Moçambique. O desempenho reflete, segundo o regulador, “um aumento significativo da liquidez do mercado”, sustentado pela maior participação…
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A modernização tecnológica e o aumento da confiança dos investidores estão a transformar a Bolsa de Moçambique num pilar cada vez mais relevante para a economia nacional.
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A Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) encerrou o ano de 2024 com o maior volume de negócios da sua história, atingindo 34.528 milhões de meticais (cerca de 465 milhões de euros), segundo dados do Banco de Moçambique.

O desempenho reflete, segundo o regulador, “um aumento significativo da liquidez do mercado”, sustentado pela maior participação de investidores institucionais e pelo fortalecimento das operações de compra e venda de títulos.

O Relatório de Inclusão Financeira do banco central sublinha o “crescimento expressivo do volume de negócios” e o reforço da confiança dos investidores, consolidando o papel do mercado de capitais no financiamento da economia nacional.

Em 2023, o volume de negócios tinha alcançado 22.191 milhões de meticais, após um período de estagnação, registando assim um crescimento anual de 56%.

A capitalização bolsista também atingiu um novo máximo histórico, ultrapassando 212,4 mil milhões de meticais (cerca de 2.860 milhões de euros), o que representa um aumento de 16% face ao ano anterior.

Em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), a capitalização da BVM passou de 26% para 30%, reforçando o papel do mercado de capitais como instrumento estratégico de financiamento e diversificação económica.

A BVM, actualmente liderada por Pedro Cossa, definiu metas ambiciosas no Plano Estratégico 2024–2028, que visa quase duplicar o número de empresas cotadas, das actuais 16 para 30, e elevar a capitalização bolsista para 35% do PIB até 2028. “Esperamos novas empresas e acredito que teremos”, afirmou o presidente da BVM, em Agosto, salientando o esforço em curso para tornar o mercado mais acessível e inclusivo.

Entre as prioridades está a modernização tecnológica, com o desenvolvimento de novos sistemas de negociação electrónica e a criação de plataformas digitais que permitam aos moçambicanos investir através dos telemóveis.

“O moçambicano deve ter acesso à bolsa com maior facilidade. Temos de desmistificar a ideia de que a bolsa é apenas para a elite”, defendeu Pedro Cossa.

O novo sistema de negociação e centralização de valores mobiliários integrará a rede de interconectividade das bolsas da região da SADC, um projecto que visa fortalecer a integração financeira regional e ampliar as oportunidades de investimento transfronteiriço.

A visão da BVM passa por atrair empresas bem geridas, lucrativas e com ética empresarial, e por seduzir investidores nacionais e estrangeiros, transformando a bolsa moçambicana num pilar efectivo de financiamento da economia real e num símbolo de maturidade financeira do país.

 

*Com Lusa

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