Os estados-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) pretendem reforçar a investigação científica e recolha de dados nas respectivas zonas marítimas, anunciaram após uma reunião no Mindelo, ilha de São Vicente, Cabo Verde.
“Fomentar a investigação científica aplicada, a inovação tecnológica e o uso de inteligência artificial e de sistemas de observação oceânica” foram uma das decisões expressas entre os 26 pontos da declaração final da sexta reunião dos ministros dos assuntos do Mar da CPLP, dedicada ao tema da preservação da biodiversidade e da pesca.
O objectivo é “melhorar a monitorização dos ecossistemas, a segurança marítima e a resiliência climática dos estados-membros”.
Salvador Malheiro, secretário de Estado das Pescas e do Mar, em representação de Portugal, apontou as apostas na partilha de dados científicos, em ações de literacia oceânica e na fiscalização como “três pilares fundamentais” do Plano de Ação 2025–2027 da CPLP para os Assuntos do Mar, aprovado.
“Ficou bem claro um objectivo comum de tentarmos conciliar dois interesses que, aparentemente, são antagónicos, o setor das pescas e a preservação da biodiversidade e da conservação da natureza marinha”, disse.
Salvador Malheiro assinalou a importância da recolha de dados, uma vez que “tudo o que diz respeito à sustentabilidade dos oceanos está intimamente ligado à ciência”.
“Nós temos um potencial muito grande de nos podermos afirmar à escala mundial, porque temos zonas económicas exclusivas enormes”, acrescentou, citado pela Lusa.
Neste contexto, preservar os recursos ambientais para as gerações futuras, “é uma obrigação”, mas o conceito de sustentabilidade também inclui aspetos económicos e sociais: “De nada vale termos um oceano completamente conservado e preservado se depois tivermos as nossas comunidades locais costeiras a viver na miséria”, apontou.





