Angola quer fomentar sectores produtivos com o Parque Industrial e Logístico da Zona Franca da Barra do Dande

Angola pretende fomentar sectores produtivos como armazenagem, processamento alimentar, metalomecânica, montagem e produção de peças automóveis, painéis solares e energias alternativas, com a entrada em funcionamento do Parque Industrial e Logístico da Zona Franca da Barra do Dande, cujo lançamento da primeira pedra decorreu esta Segunda-feira, 10, na província do Bengo. O Dande Park 1,…
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Ministro dos Transportes sublinha que há já projectos em curso, como no âmbito da indústria do alumínio na Barra do Dande, com uma capacidade para 120 mil toneladas por ano na fase inicial e um investimento na ordem dos 250 milhões de dólares.
Economia

Angola pretende fomentar sectores produtivos como armazenagem, processamento alimentar, metalomecânica, montagem e produção de peças automóveis, painéis solares e energias alternativas, com a entrada em funcionamento do Parque Industrial e Logístico da Zona Franca da Barra do Dande, cujo lançamento da primeira pedra decorreu esta Segunda-feira, 10, na província do Bengo.

O Dande Park 1, lançado oficialmente no âmbito do Angola Hub Transporte e Logística Summit 2025, materializa a visão do Governo angolano de transformar o país num centro de oportunidades industriais e comerciais em África.

Ao discursar na cerimónia de lançamento da primeira pedra, o ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, detalhou que há já projectos em curso, como no âmbito da indústria do alumínio na Barra do Dande, com uma capacidade para 120 mil toneladas por ano na fase inicial e um investimento na ordem dos 250 milhões de dólares.

“Por outro lado, implementarmos aqui este parque consolidamos um nó essencial da rede logística nacional, reforçando a posição de Angola como uma porta atlântica segura eficiente e previsível para o Interland regional”, assegurou.

Este projecto, segundo explicou, insere-se numa visão integrada em que os portos, os caminhos de ferro, as estradas, os terminais logísticos e as Zonas Francas possam funcionar em rede, reduzindo custos, tempo de trânsito e ineficiências e tornando Angola mais competitiva na disputa pelos fluxos regionais e internacionais de comércio.

“Um dos vectores estruturantes para este projecto, como dito anteriormente é a forte participação do sector privado. Por exemplo, na primeira fase, grande parte do investimento será exactamente assegurado pelo sector privado. A decisão de avançar com este investimento e de aqui reunir parceiros nacionais e internacionais envia uma mensagem inequívoca”, sublinhou.

O ministro garantiu que Angola está aberta ao investimento produtivo, sério, comprometida com a estabilidade institucional, a segurança jurídica a previsibilidade regulatória e o respeito pelos contratos.

“A Zona Franca da Barra do Dande dispõe de um quadro específico com incentivos competitivos, regras claras e um modelo de governação orientado para garantir investimentos de médio e longo prazo, promover parcerias público-privadas robustas e garantir o alinhamento com padrões internacionais de qualidade, segurança, conformidade e sustentabilidade”, destacou.

O Estado, prosseguiu, define o quadro regulatório, disponibiliza as infra-estruturas de base e garante a governança.

“O sector privado traz capital, a especialização e o ritmo de execução. No caso da Zona Franca da Barra do Dande, a Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande foi constituída para gerir e operar o território concessionado sob supervisão institucional e contrato de concessão válido por 30 anos”, apontou.

“Adicionalmente, para que os regimes especiais, fiscal, laboral, cambial, migratório sejam plenamente funcionais, é preciso que os diferentes ministérios dos transportes, planeamento, comércio e indústria, energia e águas, administração do território, Finanças, ministério do interior, banco central e o próprio governo provincial do Bengo e administração municipal do Dande, entre outros, trabalhem em articulação e sem silos”, apelou.

De acordo com o governante, “a concretização depende em muito da nossa capacidade de trabalharmos em rede com clareza de funções, responsabilidades e metas comuns”.

“A criação de postos de trabalho é central neste projecto. Não se trata apenas das infra-estruturas, mas da alavanca para o desenvolvimento humano e para a capacitação profissional. O plano inclui ainda a construção de centros de formação técnica e tecnológica, inovação e investigação, bem como os serviços sociais integrados, saúde, segurança, habitação, com o espaço industrial”, precisou.

Para a província do Bengo e para o município do Dande, sustentou, este projecto representa um salto qualitativo em termos de emprego, mobilidade social e desenvolvimento regional.

“Ao lançarmos esta primeira pedra do Parque Industrial e Logístico da Zona Franca da Barra do Dande, lançamos também um sinal de confiança renovada no futuro de Angola, de compromisso com o desenvolvimento sustentável e de abertura responsável ao investimento e à inovação”, acrescentou.

Ricardo de Abreu acrescentou que este projecto seja um símbolo da nova Angola moderna, organizada e competitiva, um motor de industrialização e de logística de classe mundial.

“Um exemplo concreto de como o Estado e o sector privado podem trabalhar juntos com transparência, rigor e visão de longo prazo ao serviço do interesse público e das gerações futuras”, afirmou.

Neste quadro, frisou, a Zona Franca da Barra do Dande assume um particular destaque. “O projecto integra indústria, logística, infra-estruturas de suporte e conectividade com o mar através do Terminal Oceânico da Barra do Dande e do terminal marítimo em construção. Da dimensão e escala do projecto destaco os seguintes números, a zona abrange uma área total de 5.465 hectares. A primeira fase incide sobre aproximadamente 860 hectares, mais ou menos 15% da área total”, realçou.

O investimento nesta mesma fase de aproximadamente 1,5 mil milhões de dólares, dos quais uma parcela relevante, disse, será assegurada pelo sector privado.

“Está prevista a criação na fase inicial de cerca de 21 mil postos de trabalho. A médio prazo estima-se que o impacto desta iniciativa possa representar 1,5% a 2% do PIB nacional nos próximos 10 anos. Acresce a estes dados robustos o facto de a localização da Barra do Dande combinar vantagens competitivas ímpares. A proximidade ao litoral e o acesso directo ao mar facilitando operações logísticas com a construção do terminal portuário. a ligação ao terminal oceânico da Barra do Dande torna-se um elemento estruturante”, garantiu.

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