Aproveitando a janela FIFA de Novembro e o clima de celebração nacional pelos 50 anos da Independência, Angola recebeu, no Estádio 11 de Novembro, a campeã mundial Argentina, numa tarde/noite que juntou emoção desportiva, simbolismo histórico e forte mobilização popular.
A presença do Presidente da República, João Lourenço, reforçou o carácter institucional e solene da ocasião, marcada por um ambiente vibrante que misturava orgulho, expectativa e o desejo de ver os Palancas Negras testarem-se frente a uma das melhores selecções do planeta.
O encontro, que terminou com vitória argentina por 0-2, foi muito mais do que um simples teste de preparação. Representou um reencontro raro entre as duas selecções, quase duas décadas depois do primeiro e único confronto oficial. Esta nova partida, integrada nas comemorações do cinquentenário, procurou também simbolizar o percurso competitivo e institucional que Angola tem vindo a construir desde então.
A primeira parte da partida foi marcada pela organização angolana e talento argentino. A bola começou a rolar com a Argentina a assumir o ritmo do jogo, fazendo circular com paciência e procurando explorar os espaços entre linhas. Lionel Messi, capitão e referência incontornável da sua selecção, foi recebido com enorme entusiasmo nas bancadas, e devolveu com exibições de classe as demonstrações de carinho do público angolano.
Angola apresentou uma postura táctica equilibrada, com linhas compactas e boa capacidade de contenção, especialmente nos primeiros 25 minutos, momento em que Zito Luvumbo tentava explorar transições rápidas que chegaram a criar algum desconforto à defesa adversária. Contudo, a superioridade técnica argentina acabou por prevalecer: aos 43 minutos, Lautaro Martinez inaugurou o marcador na sequência de uma combinação que desestruturou a defesa angolana e mostrou a eficácia fria da selecção campeã mundial.
No reatamento, Angola reforçou a pressão no meio-campo e aproximou-se mais da área argentina. Freddy, mais influente, tentou organizar a construção, enquanto maestro e Tó Carneiro continuavam a criar linhas de ruptura. A melhor oportunidade angolana surgiu aos 78 minutos, num cabeceamento de Ary Papel mal derficcionado.
A Argentina respondeu com maturidade competitiva e, aos 82 minutos, Lionel Messi selou o 0-2 num lance de insistência, arrancando aplausos até dos adeptos angolanos, num daqueles momentos que transcendem rivalidades e enaltecem a beleza do futebol.
O jogo terminou sob aplausos de reconhecimento para ambas as selecções. Para Angola, o encontro representou mais do que um resultado: foi um exercício de afirmação no palco internacional, um momento de celebração colectiva e um investimento na diplomacia desportiva, que reforça a imagem do país como anfitrião de grandes eventos.
A presença do Presidente João Lourenço, bem como de outras figuras institucionais, reforçou a importância estratégica do desporto enquanto ferramenta de coesão social, projeção externa e promoção do desenvolvimento humano, temas particularmente relevantes no ano em que Angola celebra meio século de soberania.
Com o Estádio 11 de Novembro lotado e um ambiente de festa que prolongou-se para além do apito final, o amigável entre Angola e Argentina deixou a promessa de que os Palancas Negras continuam a crescer, a ganhar maturidade competitiva e a inspirar uma nação que vive o futebol como património cultural.





