Directora-geral do FMI visita Angola na próxima semana

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, realiza na próxima semana – entre os dias 19 e 21 – uma visita oficial a Angola, antes de seguir para Joanesburgo, onde participará na Cimeira do G20. A deslocação ocorre num momento em que o país procura consolidar a estabilização macroeconómica e acelerar a diversificação…
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Entre a gestão da dívida e o desafio da diversificação económica, Angola prepara-se para receber - entre os dias 19 e 21 - Kristalina Georgieva, antes das grandes discussões internacionais sobre o futuro da economia mundial.
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A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, realiza na próxima semana – entre os dias 19 e 21 – uma visita oficial a Angola, antes de seguir para Joanesburgo, onde participará na Cimeira do G20.

A deslocação ocorre num momento em que o país procura consolidar a estabilização macroeconómica e acelerar a diversificação da sua base produtiva, ainda fortemente condicionada pelas oscilações no sector petrolífero.

Segundo a porta-voz do organismo, Julie Kozack, a agenda em Luanda inclui encontros com autoridades governamentais, empresários e estudantes, reforçando o diálogo sobre reformas estruturais, clima de investimento e políticas de crescimento sustentável. Analistas apontam que o FMI tem vindo a acompanhar com atenção o desempenho económico angolano e as medidas de ajustamento adoptadas nos últimos anos, com impacto na credibilidade externa do país.

A visita antecede igualmente a Cimeira União Europeia – União Africana, que terá lugar em Luanda no final de Novembro, encontro que deverá intensificar as discussões sobre investimentos estratégicos no continente e fortalecer parcerias em áreas como transição energética, infra-estruturas e transformação industrial.

No seu acompanhamento mais recente da economia angolana, o FMI tem sublinhado alguns desafios persistentes, nomeadamente a dependência estrutural do petróleo, o elevado serviço da dívida e a inflação ainda acima dos níveis desejáveis, factores que reduzem a margem de manobra orçamental e dificultam a expansão do investimento público e privado.

Em Setembro, na avaliação pós-programa, o Fundo reviu em baixa a previsão de crescimento económico de Angola para 2025, de 2,4% para 2,1%, alertando para riscos adicionais relacionados com o endividamento e defendendo uma gestão fiscal prudente, com maior eficiência da despesa pública e aceleração de reformas favoráveis ao sector produtivo não petrolífero.

 

*Com Lusa

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