A Forbes África Lusófona tem sido uma das vozes que tem contribuído para dar visibilidade à integração económica dos países de língua portuguesa, destacou esta Terça-feira, em Luanda, o secretário de Estado das Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos.
“Num contexto global em que as economias emergentes precisam de narrativas próprias, esta plataforma tem servido como ponte entre culturas, mercados e oportunidades, promovendo a diversidade e a paz como alicerces de prosperidade partilhada”, sublinhou Ottoniel, que discursava na 2.ª edição do Forbes África Lusófona Annual Summit.
O responsável ressaltou que não se trata apenas de comunicar sucesso, mas de estimular reflexão sobre o que se pode aprender uns com os outros e sobre como transformar potencial em valor real.
“Que esta Annual Summit sirva para renovar o compromisso colectivo com uma economia mais resiliente, transparente e humana”, disse, perspectivando que o evento traga maior impacto à economia.
Entretanto, frisou que os debates a serem discutidos reforcem a convicção de que as finanças públicas equilibradas, o crédito responsável e a ética empresarial são instrumentos de progresso e de justiça social.
“Este evento é mais do que um encontro de economistas e empresários, é um fórum de ideias de partilha e de compromisso”, reafirmou.
Ottoniel Santos elencou que num tempo em que a informação é abundante, mas a atenção é escassa, a Forbes África Lusófona tem sabido cumprir um papel relevante, unir os seis países africanos de língua portuguesa em torno de uma agenda de crescimento, inovação e responsabilidade.

“Fá-lo com independência e com visão, num ecossistema mediático global em que gigantes como Google, Meta, X e TikTok capturam a maior parte do valor económico do jornalismo, sem produzirem o seu bem mais precioso a credibilidade”, expressou o responsável das Finanças e Tesouro.
No entanto, salientou que valorizar o jornalismo económico é, por isso, também um acto de cidadania, porque ajuda a sociedade a distinguir o trigo do joio informacional e a compreender as forças que moldam o desenvolvimento.
Por outro lado, Ottoniel dos Santos avançou que Angola atravessa um momento de transição importante, pois o Orçamento Geral do Estado para 2026, recentemente entregue à Assembleia Nacional, marca um ponto de viragem, pela primeira vez, as receitas provenientes do sector não petrolífero igualam as do sector petrolífero.
Segundo o representante do Governo angolano, é um sinal inequívoco de que a diversificação económica deixou de ser apenas uma intenção política para se tornar um resultado mensurável.

“É fruto da disciplina fiscal, da reforma tributária, do investimento em infra-estruturas e, sobretudo, da resiliência do nosso tecido empresarial, que tem sabido reinventar-se e responder às dinâmicas do mercado”, sublinhou acrescentando que a estabilidade económica constrói-se com base num sistema financeiro sólido, inclusivo e confiável.
Para Ottoniel, a banca angolana tem sido um parceiro crucial na consolidação fiscal, na mobilização de poupanças internas e na expansão do crédito à economia real, mas, segundo disse, o desafio agora é de especialização e de impacto, financiar a agricultura, a indústria transformadora, a habitação, o turismo, as energias renováveis – ou seja, os sectores que geram emprego e acrescentam valor nacional.
Do mesmo modo, salientou que o sector dos Seguros, os Fundos de Pensões e o Mercado de Capitais devem continuar a expandir-se e a ganhar profundidade.
Acrescentou que estes segmentos são indispensáveis para o equilíbrio e a sofisticação do sistema financeiro, já que complementam a actividade bancária e asseguram a necessária diversificação das fontes de financiamento da economia nacional.
Por sua vez, sinalizou que o sector dos seguros cumpre uma função económica e social de primeira ordem, pois, ao proteger famílias, empresas e infra-estruturas, contribui para mitigar riscos, garantir estabilidade e reduzir a exposição do Estado a encargos imprevistos.
“Um mercado segurador forte não é apenas um mecanismo de cobertura de riscos, é também um catalisador de investimento, de emprego e de confiança”, assegurou.
Os Fundos de Pensões, realçou, representam uma das formas mais sólidas e sustentáveis de poupança de longo prazo.





