FGC de Angola concede garantias públicas a 777 projectos avaliados em 55 mil milhões kz em Malanje

O Fundo de Garantia de Crédito (FGC) de Angola ambiciona duplicar até 2026 o número de projectos apoiados na província de Malanje, passando dos actuais 777 para 1.554 empreendimentos com garantias públicas. A informação foi avançada pelo Presidente do Conselho de Administração do Fundo de Garantia de Crédito, Luzayadio Simba, que falava nesta Quarta-feira, 19,…
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Presidente do Conselho de Administração do Fundo de Garantia de Crédito, Luzayadio Simba, refere que, desde 2022, o FGC passou de 752 para 19.803 projectos garantidos até Outubro de 2025, contribuindo para a criação de cerca de 60 mil postos de trabalho.
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O Fundo de Garantia de Crédito (FGC) de Angola ambiciona duplicar até 2026 o número de projectos apoiados na província de Malanje, passando dos actuais 777 para 1.554 empreendimentos com garantias públicas.

A informação foi avançada pelo Presidente do Conselho de Administração do Fundo de Garantia de Crédito, Luzayadio Simba, que falava nesta Quarta-feira, 19, na abertura do VI Fórum Provincial de Garantia e Crédito.

No balanço nacional, o PCA referiu que, desde 2022, o FGC passou de 752 para 19.803 projectos garantidos até Outubro de 2025, contribuindo para a criação de cerca de 60 mil postos de trabalho.

“Em Malanje, os 777 projectos financiados representam mais de 55 mil milhões de kwanzas em garantias, traduzindo-se na geração de 2.177 postos de empregos”, disse.

Considerando Malanje uma potência agrícola com fortes recursos naturais e capital humano, Luzayadio Simba afirmou estar convicto de que o fórum e outras iniciativas locais irão “inaugurar uma nova era para o desenvolvimento da província e o bem-estar das populações”.

O fórum, que decorre no mês das celebrações do Jubileu da Independência Nacional, conta com a presença de representantes do INAPEM, bancos BFA, Millennium Atlântico, KEVE, BIC, BAI, Kixi Crédito e da Academia de Literacia Financeira de Angola (ALFA), instituições parceiras do FGC no processo de expansão do acesso ao financiamento.

Luzayadio Simba destacou que os fóruns provinciais constituem um instrumento essencial para reforçar o diálogo com agentes económicos, conhecer os constrangimentos enfrentados pelos promotores e melhorar a actuação do FGC.

Sublinhou ainda que o objectivo central passa por garantir que qualquer projecto viável, independentemente da dimensão, possa beneficiar da garantia pública de forma célere e simplificada.

Ao dirigir-se aos empreendedores, famílias camponesas, gestores de start-ups e líderes empresariais, Simba apelou para que aproveitem as facilidades disponibilizadas pelo FGC como mecanismo do Estado vocacionado para dinamizar a produção nacional.

Malanje destaca importância da garantia pública

O Governador Provincial de Malanje, Marcos Nhunga, sublinhou o papel decisivo dos mecanismos de Garantia Pública no fortalecimento da economia local e no acesso ao financiamento para os produtores e empreendedores da região.

Marcos Nhunga destacou que a Garantia Pública tem sido uma ferramenta essencial para reduzir barreiras no relacionamento entre o sector produtivo e a banca.

“As Garantias Públicas reforçam a confiança das instituições financeiras e permitem que mais micro, pequenas e médias empresas tenham acesso ao crédito necessário para transformar ideias em projectos concretos”, ressaltou o governador para quem “sem mecanismos como esses, muitos projectos continuariam no papel”.

Marcos Nhunga reforçou que a Garantia Pública não apenas facilita o financiamento, mas também estimula o investimento privado, dinamiza a actividade económica e contribui para o crescimento do sector agro-alimentar, área onde a província de Malanje possui vantagens competitivas claras.

O dirigente frisou ainda que, num contexto em que o Governo Provincial tem trabalhado para fortalecer as infra-estruturas e promover um ambiente favorável ao desenvolvimento, o papel do FGC vem revelar-se cada vez mais importante, ao permitir que produtores, empreendedores e pequenas indústrias encontrem condições reais para expandir a sua capacidade produtiva.

Ao encerrar a sua intervenção, Marcos Nhunga reiterou que o alinhamento entre o Governo Provincial, o FGC e os agentes económicos são fundamental para consolidar a confiança, potenciar novos projectos e garantir que a província avance com segurança rumo ao reforço da produção e da segurança alimentar, por sinal, o lema da série de Fóruns que o Fundo tem realizado em diversas províncias do país.

Reforço do compromisso com o desenvolvimento económico

Entretanto, o administrador do FGC para a área do negócio, Eduardo Mohamed, apresentou o funcionamento do mecanismo de garantia pública que tem impulsionado o acesso ao crédito por micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), empreendedores singulares e cooperativas em Angola.

Eduardo Mohamed, que abordou o tema “Funcionamento do Mecanismo da Garantia Pública”, sinalizou o papel do FGC como instituição financeira não-bancária, facilitadora do crédito bancário em condições favoráveis, com juros e prazos adaptados aos ciclos de investimento e actividade empresarial.

O gestor detalhou as principais linhas de garantia disponíveis, nomeadamente  GAP – Garantia de Apoio à Produção: direccionada a sectores como pescas, logística, indústria transformadora, agricultura e pecuária, com cobertura de até 75% do montante financiado (máximo de USD 5 milhões) e comissão de garantia de 2% ao ano,  LAPS – Linha de Apoio a Projectos Sustentáveis: abrange agricultura, agropecuária, turismo e serviços de apoio ao sector produtivo, com garantia automática de até 80% para financiamentos até Kz 200 milhões.

Na sequência, elencou a LASMC – Linha de Apoio às Sociedades de Micro Crédito, que tem como objectivo fortalecer a capacidade de financiamento das SMCs, promovendo a inclusão financeira e reduzindo a exigência de garantias reais para micro empreendedores, assim como alinha Diversifica Mais: Projecto focado na diversificação económica e criação de emprego, abrangendo todos os sectores excepto o petrolífero, com prazos de até 10 anos e garantia pública de até 75% e financiamentos de até 5 milhões de dólares para as MPME.

Eduardo Mohamed enfatizou que o FGC actua como um agente de transformação económica, mitigando imperfeições do mercado de crédito e apoiando a autossuficiência alimentar, a inclusão financeira e o combate à pobreza.

“A nossa missão é garantir que cada sonho tenha a sua oportunidade. Um crédito é como uma semente: só cresce quando cai em solo fértil de trabalho, confiança e visão”, afirmou.

Durante a apresentação foram também realçadas iniciativas como a Linha de Crédito Mulher e as salvaguardas ambientais, que garantem cobertura de até 80% para projectos liderados por mulheres e que cumpram critérios de sustentabilidade como uma taxa de juros de até 10% ao ano.

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